Política

Candidatos apontam "injustiça" em distribuição de recursos do PRD na Capital

Presidente municipal da sigla alega que divisão é feita para "fortalecer a representação na Câmara"

4 OUT 2024 • POR Sarah Chaves • 17h00
Candidatos, Dr. Luiz Corrêa, Gildo de Souza e Adauto Souto - Reprodução/Redes Sociais

Alguns candidatos ao cargo de vereador do Partido Renovação Democrática (PRD) em Campo Grande, demonstraram descontentamento com o valor dos recursos do fundo de campanha distribuído pelo partido, principalmente quando comparado ao valor do presidente municipal da sigla.

O advogado Dr. Luiz Corrêa, candidato da legenda, informou que recebeu pouco mais de R$ 5 mil. “O presidente municipal do partido, Adauto, cometeu um abuso do cargo dele e desviou dinheiro para a campanha eleitoral dele no valor de mais de R$ 100 mil. É um absurdo, pois fui convidado a ser candidato a vereador pelo professor André Luiz, uma pessoa digna, porém quando o Adauto tomou poder no partido, ele não cumpriu com as recomendações e deu um valor abaixo até de R$ 5 mil. É uma grande injustiça o nosso partido que se propõe a ser o Partido Renovação Democrática e estar corrompendo a doutrina e se transformando em um partido da velha política que não respeita seus filiados”.

Conforme Dr. Luiz, dezenas de outros candidatos também se mostraram insatisfeitos, e  expectativa é que uma reclamação seja protocolada junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MS).

O também candidato, Gildo do Nova Lima News, alega que recebeu um valor baixo, mesmo estando com bons resultados nas pesquisas. “É lamentável ter o candidato recebendo praticamente 1000%. Eu peguei R$ 8 mil e estou em primeiro lugar na pesquisa Ranking e o presidente do partido pegou R$ 110 mil e gastou mais de 15 mil só com impulsionamento nas redes sociais, teve gente do partido que pegou bem menos. Poderia dividir por igual”, lembrou.

Segundo Gildo, valores demonstram discrepância. “A gente não esperava que um partido que tem quase 10 meses fosse agir assim, logo no começo da sua caminhada”.

Já o vereador, professor André Luis, que quase saiu candidato a prefeito pelo PRD, falou do descontentamento com a sigla. “Hoje infelizmente os partidos são milícias legais, o fundo eleitoral é para privilegiar alguns em detrimento de outros. Lamento profundamente, é uma coisa que me envergonha. É por causa disso que vou aguardar o encerramento da minha atividade parlamentar e vou mudar de partido. Isso mostra como é o nosso partido, que era para ser o Partido Renovação Democrática, mas faz o mesmo que todos os outros fazem”.

Conforme dados das prestações de contas dos candidatos, partidos e coligações no portal Divulgacand do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Adauto Souto tem R$ 110 mil da direção estadual/distrital do PRD.

Ao JD1, Adauto Souto, alegou que o partido tem autonomia para garantir a cadeira na Câmara Municipal de Campo Grande, investindo nas candidaturas mais promissoras. Além disso, candidato informou que está ajudando outros colegas de legenda com gráfica e outras estruturas. “A respeito dos questionamentos sobre a distribuição dos recursos de campanha, é importante esclarecer que o processo foi realizado de maneira completamente legal, obedecendo rigorosamente toda a legislação vigente. Essa é uma decisão que reflete a autonomia partidária, onde a executiva nacional e a executiva estadual atuam juntas para priorizar os candidatos com maiores chances de sucesso, algo que ocorre em todos os partidos”.

Ainda segundo ele, os candidatos que estão reclamando, são pessoas com menores estimativas de votos, “o que justifica a diferença na alocação”. “No fim, o partido trabalha para o bem coletivo, buscando fortalecer a representação na Câmara, e esse planejamento é essencial para alcançarmos os melhores resultados”.