Polícia

Pai denuncia filho à polícia após descobrir que ele participava de grupos neonazistas

Caso aconteceu no ES; jovem contou que, inicialmente, só tinha interesse em história

27 SET 2024 • POR Pedro Molina • 18h26
Foto: Divulgação/PCES

Um pai denunciou o próprio filho, de 14 anos, à polícia após descobrir que o jovem fazia parte de um grupo neonazista. O caso aconteceu na cidade de Vila Velha, na região da Grande Vitória, no Espirito Santo.

Segundo o chefe da Divisão Patrimonial (DRCCP) e titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), delegado Brenno Andrade, as investigações contra o jovem tiveram início em março de 2024, após o pai ter registrado ocorrência contra o filho.

Na denúncia, o pai relatou aos policiais que, ao ter acesso ao celular do filho, identificou grupos que faziam apologia, referências e que compactuavam com o nazismo e ao ditador alemão Adolf Hitler.

Logo após a denúncia ser feita, o adolescente foi intimado e ouvido na delegacia, onde confessou que apenas tinha uma atração histórica pelo tema, mas que se aproximou da ideologia extremista após um caso na escola onde estudava.

“Segundo o jovem, um colega de escola, que era preto, começou a ser preconceituoso com pessoas brancas. Então, a partir daí, ele começou a nutrir um sentimento de ódio contra quem não fosse branco e começou a se interessar cada vez mais e consumir esse tipo de material”, contou o delegado.

Questionado sobre o celular utilizado, o jovem contou aos policiais que, como forma de punição, a mãe vendeu o aparelho, no entanto, durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do jovem em setembro, os agentes localizaram outro celular, que também continha os conteúdos denunciados pelo pai.

“O celular que ele utilizava para acessar os grupos foi vendido pela mãe para tentar reprimir as ações, mas, depois de um tempo, os pais deram ao jovem outro aparelho. Novamente, ele entrou em grupo de mensagens de apologia ao nazismo e admiração a Hitler. Uma nova bandeira com a cruz suástica também foi encontrada”, detalhou o delegado.

Ainda segundo o delegado, o jovem teve acesso aos grupos a partir de uma pessoa que ele conheceu em uma rede social e que, consequentemente, o adicionou aos grupos neonazistas.

O caso segue sendo investigado pela polícia, que busca descobrir a participação de outros brasileiros nestes grupos, além de casos que envolvam diretamente o Brasil.

“Estamos com a materialidade, e vamos tentar acessar as informações, mas, quando é do exterior, fica mais complicado. O celular está apreendido e, com a perícia, estamos tentando avançar para identificar outras pessoas”, explicou.

A Vara de Infância e Juventude foi acionada pelo Conselho Tutelar de Vila Velha, e o ato infracional análogo ao racismo foi sugerido. Foi recomendado para família que o jovem seja encaminhado para tratamento psicológico.

 

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