Polícia

Indígena atirou contra o Batalhão de Choque antes de ser morto em Antônio João

As forças policiais explicaram que ele estava escondido em uma área de mata enquanto os militares faziam a dispersão do grupo

19 SET 2024 • POR Brenda Assis • 17h50

O indígena da etnia Guarani Kaiowá, de 23 anos, que morreu durante confronto na cidade de Antônio João, abriu fogo contra o Batalhão de Choque da Polícia Militar.

Conforme as informações divulgadas pelo batalhão, as tropas estão na região para fazer o controle e manter a ordem. Porém, na manhã de quarta-feira (18), o indígena se escondeu em uma área de mata enquanto estava armado.

Durante a ação de dispersão do grupo, ele teria efetuado disparos contra as forças de segurança, atingindo o escudo protetor usado pelos policiais. Diante da situação, os militares revidaram a injusta agressão, momento em que acabaram baleando o indígena, que faleceu ainda no local.

Além disso, ao fazer o boletim de ocorrência, os policiais verificaram que o autor possui diversas passagens, sendo que uma delas é por latrocínio (roubo seguido de morte), no ano de 2015, quando tinha 15 anos. Na ocasião, a vítima morreu ao levar um tiro na cabeça.

Por meio de nota, o governo do estado explicou as ações policiais na região de conflito. Confira:

“O governador Eduardo Riedel realizou uma reunião com integrantes da Segurança Pública do Mato Grosso do Sul para esclarecimentos sobre morte de um indivíduo, inicialmente identificado como indígena da etnia Guarani Kaiowá, no município de Antônio João, nesta quarta-feira (18). O óbito ocorreu depois de um confronto e troca de tiros com a Polícia Militar em uma região rural da cidade, na fronteira com o Paraguai.

O secretário estadual de Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, esclareceu que os policiais militares que estão no local (100 homens) cumprem ordem judicial (da Justiça Federal) para manter a ordem e segurança na propriedade rural (Fazenda Barra), assim como permitir o ir e vir das pessoas entre a rodovia e a sede da fazenda. O conflito na região se arrasta há anos, no entanto a situação se acirrou nos últimos dias.

Além da disputa por terra, também foi apurado pela inteligência policial que há interesses de facções criminosas relacionadas ao tráfico de drogas, já que há diversas plantações de maconha próximas a fazenda, do lado paraguaio, pois a região está na fronteira entre os dois países.

As equipes de perícia já estão no local da morte para devida identificação e apuração dos fatos. Foram apreendidas armas de fogo com o grupo de indígenas que tentava invadir a propriedade e todo este material será coletado para formação de um relatório que será entregue em Brasília.”

 

 

NR - Erramos a idade do indígena morto, a correção foi feitas às 18h04.