Tecnologia

Ele voltou? Sim e não: Entenda o lado técnico do que aconteceu com o X no Brasil

Especialista explicou ao JD1 como a plataforma "voltou à vida" no país

18 SET 2024 • POR Pedro Molina • 18h52
Foto: Shaheerrr/Shutterstock

Muitos brasileiros se surpreenderam nesta quarta-feira (18) após o X, antigo Twitter, “voltar à vida” no Brasil, mas ao contrário do que muitos pensam, a plataforma não foi desbloqueada no país, e a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), segue valendo.

Mas o que aconteceu para que a plataforma voltasse “do nada” ao ar no Brasil? O JD1 foi atrás de especialistas da área de tecnologia para entender melhor a situação.

Ao portal, o especialista em Infosec (segurança da informação) Matheus Giovani explicou como a plataforma do bilionário Elon Musk conseguiu driblar o banimento em território brasileiro. “O Twitter tem uma infraestrutura própria que conta com tudo, desde CDN [espécie de sistema de computadores e redes interligados através da Internet que cooperam no fornecimento de conteúdo] até DNS [sistema de gestão de nomes para serviços conectados à internet] e servidores”, detalhou, detalhando como a rede social funciona em um nível mais técnico.

Matheus explica que, para voltar a ficar online no Brasil, Musk se aproveitou dos serviços de terceiros para “mascarar” o domínio do X, assim, voltando com a plataforma no Brasil.

“A jogada do Twitter foi adicionar mais uma camada de CDN e colocar o serviço na Cloudflare, que também é um serviço de proxy [um servidor que atua como intermediário entre o usuário e a internet] reverso”, explicou. “O proxy da Cloudflare funciona de uma forma que ele ‘esconde’ o destino da sua requisição, ou seja, quem responde pelo Twitter é a Cloudflare, e não ele diretamente”, complementou.

O especialista ainda aponta para a dificuldade de se bloquear os serviços da Cloudfare no Brasil. “Como a Cloudflare tem vários clientes no Brasil e no mundo, seria praticamente inviável de bloquear a Cloudflare diretamente, pois a Cloudflare responde para todos pela mesma gama de endereços de IPs [número que identifica um dispositivo que está conectado a uma rede de computadores] que o Twitter está usando, diferente do cenário da infraestrutura do Twitter, onde seria enviado diretamente para a infra [infraestrutura] deles, facilitando um bloqueio de acesso”, apontou.

 

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