Opinião

OPINIÃO: A culpa é sua, Sr. Político!

16 SET 2024 • POR Sergio Maidana • 17h59
O advogado, Sergio Maidana - (Arquivo Pessoal)

O fato novo na eleição deste ano foi o “fenômeno” Pablo Marçal em São Paulo. Os políticos profissionais ficaram perplexos, marketeiros ficaram malucos procurando uma resposta, jornalistas indignados com a escolha da população, e empresários duvidosos do futuro.

Na realidade o aparecimento de um candidato do perfil de Pablo Marçal já era esperado e a culpa toda é dos políticos, que sempre olhando o próprio umbigo, não pensaram que o feitiço que aplicavam  na lei eleitoral, poderia virar contra o feiticeiro.

Nas últimas décadas, apesar da conquista da “Ficha Limpa” (que os políticos profissionais não aceitam, e tenta em cada eleição burlá-la ou enfraquecê-la) e  do voto proporcional em chapa pura de partido (até que enfim acabou com “balaio de gato” de coligação entre partidos de aluguel, com objetivo de conquistar legenda partidária, onde o candidato rico sempre ganhava), porém, vimos o enfraquecimento  da lei eleitoral com o gasto público para a campanha, sempre anistiando as multas da justiça eleitoral, e “arrumação” para candidato artistas, figuras públicas  (como jogadores de futebol) e apresentadores de tv (Tiririca é um exemplo), o que enfraqueceu a liderança política daquele que vem da base do trabalho social ou sindical (lembrando que tem os da classe empresarial e da classe trabalhadora).

Nos últimos 15 anos, com a proliferação em massa do celular em redes sociais, com comunicação, 2G, 4G e agora 5G, onde você tem um aparelho nas mãos que é um micro computador, a informação ficou dinâmica e sem filtro. Vimos nas últimas eleições os candidatos usar e abusar deste meio de comunicação, apresentando fakenews e “conversa fiada” sem conhecimento algum de causa e efeito, se dando bem nas urnas.

Os políticos nada fizeram para proibir ou vigiar as redes sociais as imagens e notícias tendenciosas, as mentiras de “influencer” (mais nova picaretagem no Brasil, onde o ignorante fala de assuntos que não conhece, compra supostos seguidores, e falseia a verdade) se apresentando em mundos fantasiosos, com ideias utópicas ou impossíveis, vendendo sonhos para um povo pouco amigo da leitura (a estatística mostra que o povo brasileiro ao ano faz a leitura média de 1 livros não didático, enquanto nos EUA ou França a média é 10 livros).

 Assim, vemos a rapidez que se passam bobagens e clichês que só uma criança ou pessoa de QI baixo consegue ser enganado (como o QI do brasileiro é médio de +85, abaixo da média mundial de +90, você pode tirar uma ideia do que está ocorrendo). O  exército de  apresentadores de programas em rede sociais,  fazem de tudo para se aparecer, ostentar riqueza, dar um “ar” de chique, culto e forte (geralmente associando seu dia a dia a academia de ginástica), mas que  apurado a realidade não passa de um estelionatário de imagens que não  são suas, e qualidades que não tem.

Mas, no mundo da imagem, tudo passa ser real até que pela centésima vez você desenhe e explique para o incauto que ele está sendo enganado, mas em eleição não temos tempo para isso, e estamos elegendo gente desqualificada até para ser “fantasma” em órgão público. Aqui temos o Pablo Marçal como exemplo, candidato que adora xingar os adversários, insultar, falar da vida do outro, mas não tem coragem de fazer uma “mea culpa” e pedir desculpas por ter errado no passado, ter sido processado e  condenado por estelionato, ter uma fortuna suspeita (uns falam que é produto de crime, mas ele afirma que são seus cursos on-line - que passa a ser duvidoso, pois o curso que ele aplica são comuns e triviais), além de se colocar falsamente como uma pessoa capacitada para gerir a maior cidade do país, mas não apresenta nada, sequer um dado estatístico de como  e de que forma fará.

Por outro lado este tipos de personagens quando candidatos, continua com a exposição de suas imagems e vídeos se auto promovendo em redes sociais, podendo seus asseclas e empregados “acionar financeiramente” para colocar em evidência a imagem  do candidato (o que os políticos fizeram para “barrar” esta “vantagem” da turminha da internet? Nada!), além de estrategicamente encarnar o “anti-candidato” criticando a tudo e a todos, e não dizendo para o que veio, e o que fará (aí entraremos na seara da eleição de Jair Bolsonaro que passou 4 anos brigando com tudo e com todos sem nenhum plano para o futuro do Brasil).

Acredito que está na hora de um pouquinho de seriedade dos políticos com as eleições, e necessário urgente acabar com a “janela de filiação em abril” o que leva a desestruturar partidos e candidaturas populares, e agraciar o cacique do partido que faz esquemas e coloca seus agregados e amigos como candidatos, vindo neste meio os oportunistas que nada querem com a politica a não ser ficar rico roubando o erário. E termos lei com maior rigor para as “figuras virtuais” que não afastam seus vídeos fakenews e formatado das redes enquanto é candidato.

Sergio Maidana - advogado