Conflito por terra em Antônio João tem confronto entre militares e indígenas
De acordo com a Sejusp, a guarnição foi recebida com flechas envenenadas; do outro lado, dois ficaram feridos
14 SET 2024 • POR Sarah Chaves, com informações da Sejusp • 18h35Durante uma tentativa de ocupação da Fazenda Barra na quinta-feira (12), em Antônio João, a 319 quilômetros de Campo Grande, dois indígenas ficaram feridos.
No perfil da Aty Guasu, no Instagram, um vídeo mostra indígenas e agentes da Força Nacional discutindo. Nas imagens aparece um indígena baleado na perna e outro com um ferimento no peito; ambos foram hospitalizados.
Segundo o tenente-coronel Edson Guardiano, comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar (responsável por Antônio João, Ponta Porã e Aral Moreira), o conflito ocorreu quando policiais militares impediram um grupo de 20 indígenas de entrar e ocupar a sede da propriedade privada, que fica na fronteira com o Paraguai.
Ainda de acordo com a PM, os indígenas teriam ateado fogo na ponte que dá acesso à propriedade para evitar a passagem dos agentes
“A Polícia Militar foi chamada pela população, e quando os agentes chegaram ao local, foram recebidos com violência e atacados com flechas envenenadas. Os policiais agiram em legítima defesa, para cessar a injusta agressão. Ante a situação, houve reforço no policiamento, inclusive com envio de equipes do Batalhão de Choque, que permanecerão no local, por determinação Judicial, a fim de evitar confrontos”.
Conforme a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp) não existe qualquer ordem de reintegração de posse sendo cumprida, tampouco preparativos.
Após o conflito, equipes da Força Nacional foram acionadas e realizaram o socorro dos indígenas. O local também recebeu reforços do Batalhão de Choque de Campo Grande, além de equipes da Força Tática da região. Nesta sexta-feira (13), equipes trabalhão na reconstrução da ponte que foi queimada.
Em razão da situação, a Justiça Federal publicou uma liminar que determina a presença da Polícia Militar no local disputado por produtores rurais e indígenas que reivindicam a posse da área como parte do Território Nhanderu Marangatu.