Opinião: Por uma cidade sem coitadismo
8 AGO 2024 • POR Fayez Feiz José Rizk • 11h25Prosseguindo com textos sobre a recuperação urbana do Centro de Campo Grande, é necessário dizer que, no urbanismo, as ações superam o espaço edificado e suas normas legais.
Mais importante ainda são as relações humanas que podem ser estabelecidas ou modificadas em determinado espaço ou em toda a cidade.
É notório que o Centro, com o esvaziamento progressivo que vem enfrentando, das atividades tradicionais de comércio, serviços e de habitação, essa localidade vem sendo ocupada por uma população de rua e, em grande parte, de viciados em drogas, incluso a de bebida alcoólica.
Há um ditado chinês que diz que “o começo da sabedoria é chamar as coisas pelos próprios nomes”
E essa população de rua é um problema - não só do Centro diga-se de passagem - apesar de alguns ainda torcerem o nariz quando é dito que é problema.
Infelizmente há certos setores que tem a política do que eu chamo de “coitadismo” que veem essas pessoas como “coitados”, reprimidos e frutos da opressão da sociedade. Não penso assim, não entendo que a repressão pura e simples seja a solução, mas a sociedade precisa, com urgência enfrentar esse problema, com medidas humanas, no mínimo por dever de solidariedade e fraternidade que devemos obrigatoriamente ter.
São ações coordenadas e urgentes que devem ser tomadas pelas autoridades de todos os níveis, que vão da assistência social (efetiva), da saúde pública até a segurança pública.
Desnecessário lembrar o velho chavão de que o nosso direito vai até o direito de outrem, mas nesse caso, o direito desses desassistidos vai até onde eles estão tirando direitos básicos da maioria da população.
Até dirigir pelo Centro está difícil: além dos motoqueiros (não são os motociclistas), dos “donos da rua” com suas gigantes camionetes, os motoristas têm que tomar o máximo de cuidado com verdadeiros - e tristes- “zumbis” que usam as vias como calçadas! Ou, principalmente no período noturno, invadem imóveis, depredam e furtam objetos para trocar por drogas.
O Centro não vai se recuperar enquanto as autoridades e a sociedade se unirem para essa campanha, repito, de fraternidade, com ações firmes, justas, sem partidarismo e rótulos de “fascista” ou “comunista” tão comuns hoje na agenda de desinformação que grassa nas redes sociais.
O Centro e toda a cidade precisa de humanidade.