Opinião

OPINIÃO: PELA DEMOCRACIA!

31 JUL 2024 • POR Sasha van Lammeren • 17h54
Sasha van Lammeren, jornalista, mestre em Comunicação Política e Doutorando em Ciência Política - Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Imagine um país cujo presidente é impopular. Este país, que vai a eleições majoritárias, impede que a principal opositora do presidente impopular seja candidata. Ela, portanto, ficando inelegível, apoia um outro candidato, um diplomata de carreira. Durante a campanha, o presidente e o candidato opositor começam a perambular pelo país, e as sondagens (todas elas) começam a indicar vitória do opositor e derrota do presidente impopular. O presidente então ameaça o país com 'banho de sangue' caso ele não seja eleito. 

Não satisfeito, na véspera do dia da eleição, o presidente fecha fronteiras, expulsa observadores internacionais e impede que embaixadores entrem no país para acompanhar o pleito. Em dia de tensão, o pleito acontece. A expectativa é que as sondagens e o clima das ruas se verifique, indicando a derrota do presidente impopular. Durante a contagem, 'cai a energia' e 20% dos votos não podem ser computados, mas 80% teriam computado uma vitória "irreversível" do presidente impopular com 51% dos votos. 

Ele declara-se vencedor e não apresenta os dados do pleito: não diz aonde recebeu mais voto, não diz qual foi a diferença nos estados e municípios, impede que a oposição participe da contagem de votos e não publica qualquer tipo de informação adicional na imprensa ou no site oficial do órgão fiscalizador das eleições. Declara-se vencedor e sai para a festa. Ponto final. 

O povo pede transparência. A comunidade internacional pede transparência. Nações mundo afora negam reconhecer a vitória até terem certeza de que foi isso que se passou. E qual é a resposta do presidente impopular? Opressão, guardas nas ruas, expulsão de embaixadores e ameaças... 

Se você acha que este presidente se assemelha ao que o Bolsonaro gostaria de ter feito no Brasil, parabéns. Você acertou. O problema é que este presidente é de esquerda, e se chama NICOLAS MADURO. Ou as esquerdas e direitas democráticas da América do Sul e do mundo se unem contra este monstro, ou permitiremos que seu modus operandi se espalhe e se torne comum no nosso continente. A democracia está em risco! Maduro é um ditador. E nenhum liberal deve se calar!