Saúde

Campo Grande finaliza implantação do Método Wolbachia

Desde o início das operações em 2020, o projeto liberou 102 milhões de mosquitos Aedes aegypti

2 JUL 2024 • POR Sarah Chaves • 13h13
Foto: Flávio Carvalho/WMP Brasil/Fiocruz

A finalização da implementação do Método Wolbachia em Campo Grande é concluída com 74 bairros e sete regiões urbanas atendidas em seis fases que beneficiam 900 mil pessoas

Representantes do Método Wolbachia, município, estado, Fiocruz e Ministério da Saúde que financiou a iniciativa, anunciam os resultados em cerimônia que será realizada no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camilo, nesta quarta-feira (3), às 9h.

Desde o início do planejamento em 2019 e o começo das operações em 2020, o projeto teve a produção de aproximadamente 2,7 kg de ovos, 870.000 tubos e a liberação de 102 milhões de mosquitos.

De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Veruska Lahdo, a população de Campo Grande vem convivendo com a dengue desde 1986 ,sendo que a última epidemia significativa foi em 2019, com mais de 40 mil casos notificados.

“Nesse mesmo ano, demos um grande passo no combate às doenças causadas pelo Aedes aegypti com a implantação do Método Wolbachia. Foi um grande desafio para a capital, especialmente porque não esperávamos enfrentar uma pandemia logo no início das atividades em 2020. Tivemos que fazer vários arranjos para que, em dezembro de 2020, pudéssemos iniciar a liberação dos mosquitos no ambiente”, destaca Lahdo.

Há dois anos o município não enfrenta uma epidemia da doença. Segundo a superintendente, os casos de dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, têm se mantido estáveis em Campo Grande.

“É importante ressaltar que os resultados começam a ser observados a partir de dois após o término das liberações dos Wolbitos, os mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia. Em Campo Grande as liberações foram finalizadas em dezembro de 2023. Seguimos fazendo o monitoramento do estabelecimento da Wolbachia no município. Estamos contentes com a finalização desse projeto que é para todos. Um trabalho que leva mais saúde para a população”, conta Luciano Moreira.

Campo Grande ganhou uma biofábrica para a produção desses mosquitos. Uma das estratégias utilizadas foi o Dispositivo de Liberação de Ovos (DLO) na região das Moreninhas, conhecido como “Casa do Wolbito”. Esta estratégia envolveu a comunidade na liberação de ovos de mosquitos com Wolbachia.

Na avaliação da secretária municipal de Saúde, Rosana Leite de Melo, a implementação do Método Wolbachia em Campo Grande representa um marco significativo no combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. “Temos grandes expectativas em relação ao estabelecimento dos mosquitos com Wolbachia na natureza, o que deve se perpetuar ao longo do tempo, contribuindo para que nossa cidade mantenha baixos índices de doenças como dengue, Zika e chikungunya. Este é, sem dúvida, o maior legado que podemos esperar de um projeto tão importante. A continuidade e a eficácia desta estratégia inovadora nos trazem esperança e reafirmam nosso compromisso com a saúde e o bem-estar da população de Campo Grande”, conclui.