Polícia

Dupla que matou adolescentes por engano no Hortências queria ir ao UPA executar alvo

Acusados ainda tinham um plano de matar outra pessoa do Dom Antônio, revelado por motorista de aplicativo no interrogatório

15 MAI 2024 • POR Luiz Vinicius • 11h05
Nicollas foi preso junto com Rafael, que cedeu a casa antes do plano ser executado - Divulgação/Batalhão de Choque

João Vitor de Souza Mendes, de 19 anos, e Nicollas Inácio Souza da Silva, de 18 anos, queriam entrar no UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Aero Rancho para 'finalizar' o plano de execução contra Pedro Henrique Silva Rodrigues, atingido na perna, na noite do dia 3 de maio, no Jardim das Hortências, em Campo Grande.

Porém, desistiram do crime assim que a Polícia Militar esteve envolvida para acompanhar o desfecho da ocorrência. A situação foi relatada durante o interrogatório de Nicollas para o delegado Guilherme Scucuglia César, do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros), que durou pouco mais de 14 minutos.

Desse crime de atentado, a dupla acabou matando por engano dois adolescentes: Silas Ortiz Grizahay e Aysla Carolina de Oliveira Neitzke, ambos de 13 anos, que estavam sentados com outros amigos na rua Flor de Maio.

O crime, segundo Nicollas, foi arquitetado no dia do atentado, quando ele estava na Moreninha e acabou trocando mensagens com João Vitor para aproveitar o momento e 'pegar' Pedro Henrique Silva Rodrigues, que estaria 'moscando' em uma esquina.

Ambos se encontraram na casa de Rafael Mendes de Souza e no período da noite, eles saíram em uma motocicleta que estava na residência e em menos de 10 minutos, teriam posto o plano em ação. Contudo, ele não saiu com perfeição pretendida e tentariam executar o alvo de todas as formas, até mesmo indo na unidade de saúde.

"No momento, a gente não sabia que tinha acertado as crianças, mas sim ele e até então a gente estava de boa. Depois de uma meia hora que a gente foi olhar o Facebook, olhar o WhatsApp, que a gente se deparou, que acabou acertando as crianças, ficamos mais 'chapado' ainda, porque queríamos pegar o Pedro dentro do hospital", disse no interrogatório, afirma.

O motorista de aplicativo George Edilton Dantas Gomes, também preso após o início das investigações, relatou em seu interrogatório que ouviu de João Vitor que haveria outro plano que seria posto possivelmente em prática nessa segunda semana do mês.

"Inclusive ele comentou também que iam arrebentar um cara no Dom Antônio", comentou na frente do delegado.

George conheceu o acusado há dois meses e após gerar confiança e aceitar corridas que outros motoristas não aceitavam na região do Jardim Nhanhá, acabou adquirindo confiança e fazendo corridas particulares para João.