Polícia

Idosos de 80 e 95 anos são abandonados pelos filhos e vizinhos chamam a polícia em MS

Para a polícia, os filhos das vítimas disseram ter feito um acordo entre os familiares para prestarem assistência ao casal. Porém, esse suposto acordo não está sendo cumprido

19 ABR 2024 • POR Brenda Assis • 11h49
Imagem ilustrativa - Foto: Sabine van/pixabay

Um casal de idosos, de 80 e 95 anos, foram encontrados abandonados na casa em que moram juntos na Rua José Teixeira Campos, região do bairro Vila Bela, em Dourados.

Conforme as informações do boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada para ir até o local após uma denúncia anônima. Ao chegar, encontraram uma vizinha das vítimas, sendo informados de que os dois ficam sozinhos com frequência, sem cuidados, banho e alimentação.

Para as autoridades, a vizinha declarou que o casal paga uma empregada que fica no local de segunda a sexta-feira, das 7h às 16h. Porém, eles ficam sozinhos durante a noite e nos finais de semana.

A idosa, de 80 anos, é cadeirante, usa fralda geriátrica e tem dificuldade de locomoção. A acompanhante contratada para cuidar da vítima não costuma dar banho e troca-la diariamente, sendo que ontem, a mulher estava urinada na cadeira de rodas quando foi localizada.

O marido dela, de 95 anos, também tem dificuldade de locomoção e faz uso de bengala. Assim como sua companheira, ele fica sem tomar banho.

Ao ver o nome do casal no sistema, encontraram um processo no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) tramitando na 2ª Vara de Família e Sucessões de Dourados, a respeito de denúncias anteriores sobre os fatos.

Diante da situação, a filha e o neto dos idosos foram chamados para ir até o local. Para os policiais, eles negaram a situação do abando, alegando que sempre que possível passam na residência para acompanhar o casal. Eles contaram ainda que foi acordado em uma audiência que os três filhos teriam que se revezar nos cuidados diários dos dois.

No entanto, o acordo não estava sendo cumprido. Por conta disso, o neto do casal foi levado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) de Dourados, onde o caso foi registrado como expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado.