Interior

Psicóloga foi morta pelo filho e jogada de carro em Três Lagoas, conclui polícia

Simone do Nascimento foi mais uma vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul

17 ABR 2024 • POR Luiz Vinicius • 07h10

A psicóloga Simone do Nascimento, de 46 anos, foi morta e jogada do veículo que estava em Três Lagoas, a 326 quilômetros de Campo Grande. O responsável pelo crime foi seu filho, de 24 anos, conforme a conclusão do inquérito da Polícia Civil, finalizado nesta terça-feira (16).

O crime aconteceu no dia 7 de abril e mobilizou não apenas a polícia sul-mato-grossense, mas também a polícia de Andradina, no interior de São Paulo.

A polícia passou a investigar o caso assim quando ele foi registrado como possível suicídio. Na versão do filho, a mãe teria se jogado na frente do carro e tirado a própria vida, mas tese que não convenceu a polícia.

Durante as investigações, foi apurado que, na verdade, ela sofreu um feminicídio praticado pelo próprio filho. O autor, que é usuário de drogas, foi visto no rancho, bastante alterado, discutindo com a mãe porque ele queria guiar o carro até a cidade.

“Nós localizamos testemunhas na MS-320, que liga a área rural onde eles estavam até a zona urbana de Três Lagoas, que viram esta vítima parada na rodovia. A testemunha parou também. A vítima pediu ajuda e disse que estava sendo agredida pelo filho. E a testemunha viu o filho pegando a vítima pelo braço, pela ela nuca colocando ela novamente dentro do carro, e seguiu o caminho", disse a delegada Letícia Mobis, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher.

A delegada ainda explicou que testemunhas viram quando o corpo de Simone caiu do veículo e ela engateando na tentativa de pedir ajuda.

"Quando a testemunha olhou pelo retrovisor, ainda viu a vítima engateando pela rodovia. Depois, a última visão que se tem desta vítima, mais ou menos, em um raio de 8 km a frente, foram as outras testemunhas que viram o corpo dela caindo de dentro do carro onde ela estava”, finaliza a responsável pelas investigações.

De acordo com a delegada, esses elementos juntos de outros fatos apurados na investigação, principalmente a natureza das lesões que havia no corpo da vítima e o histórico do filho que já tinha passagem e prisão anterior por ter agredido a vítima em 2022, levaram a se pensar na tese de feminicídio.

O inquérito será encaminhado para o Ministério Público e ao Poder Judiciário.