Meio Ambiente

Presidente do Instituto Homem Pantaneiro entra para Clube Mundial de Exploradores

Ângelo Rabelo, fundador do IHP foi reconhecido por ações que mudam o mundo

14 FEV 2024 • POR Sarah Chaves • 08h37
Indicação de Ângelo Rabelo para a seleção do The Explorers Club foi feita por Dereck and Beverly Joubert - Reprodução

A lista do The Explorers Club 50 publicada este mês, conta com o nome do presidente do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), Ângelo Rabelo, como um dos guardiões, exploradores que se unem para salvar culturas, pessoas, comunidades e o mundo, em especial o Pantanal. 

Além de Rabelo, ainda foram nomeados a geóloga Fernanda Avelar Santos, o ictiologista Luiz Rocha e o designer naturalista Lvcas Fiat. O grupo com sede em Nova Iorque (EUA), já atua há 120 anos para reconhecer e incentivar ações transformadoras ao redor do Planeta. A partir de 2021 passou a existir uma indicação anual de 50 novos membros para aumentar a voz da ciência e da comunicação sobre a necessidade de conservação.

Rabelo ajudou a fundar a Polícia Militar Ambiental no estado de Mato Grosso do Sul após sua criação e formou as primeiras equipes para atuarem no combate a crimes ambientais no Pantanal. Enquanto atuava no combate direto ao tráfico de animais selvagens no bioma, Rabelo ficou entre a vida e a morte ao ser atingido em uma emboscada. Outro companheiro que estava no mesmo barco acabou atingido com tiro na cabeça e morreu no local. Ele precisou ser submetido a várias cirurgias para ser salvo e conseguiu reabilitar-se anos depois do ataque. Conseguiu voltar para as ações de campo na PMA e se aposentou como coronel.

Ângelo Rabelo tem uma atuação direta na conservação do Pantanal há mais de 40 anos tendo fundado o Instituto Homem Pantaneiro em 2002 em Corumbá. “Esse reconhecimento contribui para mostrar a importância de trabalhos que buscam conservar o Pantanal. O bioma enfrenta um cenário que é desafiador, estamos vendo a redução das áreas úmidas e os impactos dessa mudança ainda não sabemos como será. No Pantanal, os alertas não estão apenas na planície, que sofre com o fogo. É preciso um outro olhar para o planalto, local em que ficam as nascentes”, detalha Rabelo, que começou suas ações no Pantanal na década de 1980, ao lutar contra a caça e o tráfico de animais selvagens, principalmente para impedir a matança de jacarés.

Mais de 20 depois da fundação da entidade, o IHP desenvolve programas permanentes no Pantanal voltados para prevenir incêndios, criar corredores de biodiversidade, promover o desenvolvimento em comunidades e fomentar a pesquisa científica.

“As pantaneiras e os pantaneiros sempre lutaram pela conservação e mantém até hoje um grande respeito pelo Pantanal. Entendem que é dali que a vida deles faz sentido. Me ensinaram muito, o que deu ainda mais ânimo para seguir lutando pela conservação. O tráfico e a caça diminuíram, mas não acabaram. Mas os desafios mudaram e as possibilidade de proteção também. Hoje temos os créditos de carbono, em breve haverá o crédito de biodiversidade. As ações são emergências para garantir a sobrevida do Pantanal”.

Os programas que o Instituto atua são Rede Amolar, Cabeceiras do Pantanal, Amolar Experience, Felinos Pantaneiros, Memorial do Homem Pantaneiro, Brigada Alto Pantanal e Estratégias para Conservação da Natureza. 

A indicação de Ângelo Rabelo para a seleção do The Explorers Club foi feita por Dereck and Beverly Joubert, o casal sul-africano que dedica a vida para a proteção da vida selvagem no continente africano e contribuíram na pesquisa e estudos para a criação do filme Rei Leão. Eles são membros da comunidade após receberem a medalha de Exploradores em 2021.