Polícia

14 líderes de facções criminosas são transferidos para presídios federais

Entre eles estão membros do Comando Vermelho, a principal facção do Rio de Janeiro, do Terceiro Comando da Capital e milicianos

5 JUL 2023 • POR Yara Deckner, com CNN • 18h23

14 líderes de facções criminosas foram transferidos para presídios federais, pela Polícia do Sistema Penitenciário Federal. na semana passada. Entre eles, membros do Comando Vermelho (CV), a principal facção do Rio de Janeiro, do Terceiro Comando da Capital (TCC) e milicianos. A operação de alto risco aconteceu entre 27 e 28 de junho.

No dia 27, as equipes saíram do aeroporto de Brasília para a primeira parada: Rio de Janeiro. No Aeroporto do Galeão, seis líderes da facção Amigos dos Amigos (ADA) e milicianos saíram da esfera estadual para a federal. O procedimento de transferência acontece na cela do aeroporto. Os agentes checam os dados dos presos, fazem revista pessoal e seguem o procedimento. De lá, os seis foram levados para o presídio federal de Campo Grande, onde está o Nem da Rocinha, um dos criminosos mais conhecidos do Brasil. Ele está preso em presídios federais há 17 anos.

No segundo dia de transferências, um preso foi levado junto com as equipes da Polícia Penal Federal ao Rio de Janeiro, mas ali não seria o destino dele. Os policiais voltaram ao Rio para buscar outros sete líderes de facções criminosas. Esses, do Comando Vermelho e Terceiro Comando da Capital.

A viagem seguiu até Catanduvas, o primeiro presídio federal do Brasil, no Paraná, para desembarque dos presos do Rio de Janeiro. Esse transporte precisou de mais atenção pela alta periculosidade dos detentos. O voo foi silencioso na maior parte do tempo.

A operação se encaminhou para o fim. As equipes embarcaram de volta ao Distrito Federal com um preso, o que embarcou em Campo Grande. No retorno, ele, que faz parte da ADA, foi transferido ao Presídio Federal de Brasília, onde está Marcola, principal líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção de São Paulo.

Com essas duas operações, segundo dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), passam de 50 o número de transferências realizadas neste ano pelos policiais penais federais. Entre inclusões, devoluções, transferências e apresentação de presos em júri são mais de 150 movimentações só neste ano.

Com isso, o Ministério da Justiça e Segurança Pública colocou à disposição vagas em presídios federais para os líderes dos grupos, com o objetivo de evitar motins. Para ele, a operação foi um sucesso e correu dentro do programado.

No primeiro dia de transferência, a principal liderança transferida foi Alexandre Jorge do Nascimento, o Jason. Investigado pela morte de 40 pessoas na Baixada Fluminense, onde atuava. Ele responde por homicídio qualificado, homicídio simples, formação de quadrilha, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e estelionato. Jason foi do Rio de Janeiro para Campo Grande.

No segundo dia, considerado o mais perigoso foi Avelino Gonçalves Lima, o Alvinho. Ele é apontado como chefe de uma facção que age exclusivamente em presídios estaduais. Foi do Rio para Catanduvas (PR).