Polícia

Megatraficante de MS tem seguranças que são PM, ex-militar e neonazista

Todos os seguranças têm cursos nacionais e internacionais na área de segurança privada e em operações militares

4 JUL 2023 • POR Yara Deckner, com G1 • 17h52

O perfil do grupo paramilitar recrutado pelo megatraficante Antônio Joaquim Mota, responsáveis pela segurança pessoal do criminoso, são compostos por: um sargento de uma tropa de elite da PM de Mato Grosso do Sul, ex-militares brasileiros, um neonazista, dono de um clube de tiro e estrangeiros com experiência em conflitos internacionais.

O megatraficante foi alvo de uma operação da Polícia Federal na última semana, mas ele conseguiu fugir de helicóptero antes de ser preso. Fontes no Ministério da Justiça apontam que a informação de que seria preso teria vazado pela polícia paraguaia, eles negam.

A milícia criada por Dom, fazia sua segurança e das drogas que transportava. Segundo a Polícia Federal, todos têm cursos nacionais e internacionais na área de segurança privada e em operações militares. A PF suspeita que os estrangeiros já tenham atuado em conflitos no exterior e como seguranças contra piratas. Na operação, apesar da fuga do traficante, foram presos seis suspeitos, outros cinco conseguiram fugir. Veja a lista de quem foi preso e de quem está foragido:

Ygor Nunes Nascimento (preso)

Terceiro sargento da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, estava lotado no DOF, tropa de elite da corporação que atua na região de fronteira. A própria Polícia Militar, com apoio da Polícia Federal (PF), prendeu Ygor, dentro do quartel da unidade em Dourados. Ele foi transferido para o presídio militar em Campo Grande. Em nota, o DOF diz que o militar preso estava em estágio, que não integrava efetivamente a unidade, não usava o fardamento do departamento e nem fazia parte dos grupos operacionais, de inteligência ou administrativo.

Jefferson Gustavo Correa Honorato (preso)

Jefferson foi preso. Ele é militar da reserva. Foi candidato a vereador nas eleições de 2020 na cidade Santa Luzia, em Minas Gerais, conforme registro do Tribunal Superior Eleitoral. Já participou, inclusive, de competições de tiro esportivo. Foi preso em Belo Horizonte.

Luis Guilherme Chaparro Fernandes (preso)

Ele é conhecido como Lugui. Aparece como sócio-administrador de um escritório de arquitetura e móveis, em Ponta Porã, cidade sul-mato-grossense que fica na fronteira seca com Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Ele foi preso na operação.

Iuri Silva de Gusmão, conhecido como Légio (preso)

Em 2011 quando tinha somente 18 anos foi acusado de ser integrante de grupo neonazista que agredia homossexuais, negros, moradores de rua e outras minorias em Belo Horizonte (MG). Ele também foi preso na operação.

Wanderlei Cunha Júnior, conhecido como Yamma (preso)

Wanderlei também é um dos presos. Ele se apresenta em rede social como ex-militar. Diz que tem Certificado para Serviços de proteção em Ambientes de Alto Risco como Empreiteiro Militar Privado, Operador de Proteção Corporativa, Atendimento Tático de Vítimas de Combate e Operador de Segurança Marítima. O perfil ainda ressalta que é instrutor de armas de fogo para revólveres e carabinas (do básico ao tático).

Victor Gabriel Gomes Guimarães Romeiro (preso)

Conhecido como Preto, ele é sócio administrador da empresa Tigre Clube e Escola de Tiro, em Contagem, Minas Gerais. Ele foi preso na operação.

 

Estão foragidos:

Alberto Florisbal Schonhofen (foragido)

Aparece nos registros da Receita Federal como titular de uma empresa de comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e higiene pessoal, de Charqueadas, no Rio Grande do Sul. Na cidade já foi conselheiro tutelar e trabalhou com escoteiros. Ele conseguiu fugir antes da ação da PF.

João Paulo Torres Veiga (foragido)

Conhecido como Checheno. Também conseguiu fugir. Tem uma empresa de cobranças e informações cadastrais registrada em seu nome em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Giorgio Otta (foragido)

O italiano expõe nas redes sociais fotos armado. Junto do brasileiro Wanderlei Cunha Junior, os parceiros do crime ostentam bebidas e posam com armas para fotos.

Nikolaos Kifanidis (foragido)

É natural da Grécia. Especialista em segurança pessoal, nas redes sociais se apresenta como "operador" altamente qualificado para proteção individual. O grego é licenciado no uso de armas de fogo, incluindo as de alto calibre, em ostensivas no Oriente Médio e Ásia. Além da atuação com armamento, Kifanidis é especialista em artes marciais e autodefesa. Antes de vir para Mato Grosso do Sul e para o Paraguai, o grego tinha residência física em Londres.

Musat Corian Martel: (foragido)

É romeno.