Polícia

Mãe de Natali nunca foi convidada a entrar na casa da filha: 'Apenas parentes de Cleber'

Ela relembrou ainda, em depoimento, que o genro não a cumprimentava na rua e sempre abaixava a cabeça ao passar pela sogra

4 JUL 2023 • POR Brenda Assis e Luiz Vinicius • 12h01
Natali foi vítima de feminicídio em Campo Grande - Reprodução/Redes Sociais

“Apenas parentes de Cleber podiam entrar na casa”, disse a mãe da jovem Natali Gabrieli da Silva de Souza, de 18 anos, assassinada a golpes de faca pelo marido na manhã de sábado (1°), no Parque do Lageado, ao lembrar que nunca foi convidada a entrar na casa onde a filha morava.

Durante depoimento as equipes policiais na manhã desta terça-feira (4), na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), a mãe da jovem relatou que sempre era recebida no portão e nunca chegou a ser convidada a entrar, já que apenas familiares do autor poderiam fazer visitas ao casal. Natali passou quatro meses morando com Cleber antes de ser morta.

O JD1 Notícias teve acesso ao documento, e em determinado trecho a mãe relembrou o quanto a jovem era ‘família’ e sempre gostava de tê-los por perto, gostando de marcar churrasco com os parentes. Porém, após passar a conviver com o autor, a vítima mudou completamente seu comportamento, sendo definida como uma pessoa triste. Ela estava afastada dos familiares desde então.

Além disso, Cleber não falava com a sogra. Ela contou que sempre que os dois se ‘encontravam na rua’, ele abaixava a cabeça para não a cumprimentar, uma vez, a mãe de Natali era contra o relacionamento dos dois. A mulher teria se posicionado contra depois de descobrir que a filha estava passando necessidades morando com o autor, os dois foram morar juntos após ela completar a maior idade e arrumar um emprego.

Mesmo com as decisões da filha, sua mãe disse a policia ter tentado dar ‘conselhos’ pois estava nítido que o relacionamento era abusivo. Mas ela nunca foi ouvida. As investigações, assim como o depoimento da mãe, apontam que Natali e Cleber viviam um relacionamento conturbado, cheio de idas e vindas, mas que ela nunca havia registrado um boletim de ocorrência contra o marido, que o conheceu quando ainda tinha 14 anos.

A polícia, ela disse ainda só ter entrado na residência após a morte da filha, ainda no sábado.

A jovem foi assassinada com mais de 15 golpes de facas que atingiram seu pescoço, braço e tórax. A polícia informou havia uma festa na casa da jovem, mas por ciúmes, houve uma discussão entre o casal e Cleber chegou a quebrar o celular da vítima e posteriormente golpeá-la com uma garrafa na cabeça. A Perícia Científica encontrou cacos de vidro e manchas de sangue na residência.

O caso ainda segue sendo investigado e novas testemunhas estarão sendo ouvidas.