Economia

Juros do cartão de crédito subiram para 455,1% em maio

A taxa de maio é a maior em mais de seis anos, desde março de 2017, quando atingiu 490% ao ano

28 JUN 2023 • POR Yara Deckner, com CNN • 16h27

O Banco Central informou nesta quarta-feira (28) que os juros cobrados pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiram para 455,1% em maio, contra 447,7% em suas estatísticas monetárias e de crédito. Há um ano, esta taxa estava em 368,8%, uma diferença de 86,3 pontos porcentuais. A taxa de maio é a maior em mais de seis anos, desde março de 2017, quando atingiu 490% ao ano.

Este tipo de juros é o mais caro do mercado financeiro em geral, é utilizado pelos usuários de cartão de crédito que não conseguem pagar a fatura por completo e optam por fazer o pagamento mínimo, o que gera juros sobre juros. O ministro Fernando Haddad vem se reunindo com banqueiros para buscar uma alternativa para a redução dos juros do rotativo.

A taxa média de juros cobrada nas operações de crédito para pessoas físicas chegou a 59,9% ao ano em maio, alta de 0,3 ponto ante a abril e de 9,5 pontos na comparação com maio de 2022. Destaque para o crédito pessoal, com taxa média de 24,8%, e o cheque especial, com 130,7% ao ano. No consignado, a taxa média foi de 25,8% em maio e de 28,1% para a compra de veículos.

Já nas operações para o segmento empresarial, o custo médio do crédito livre, que não inclui as operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi de 23,8% ao ano em maio, mantendo-se estável no mês e crescendo 1,9 ponto em 12 meses. Nas operações totais de crédito com recursos livres, a taxa de juros alcançou 45,4% em maio, alta de 0,3 ponto no mês e de 7,4 pontos em 12 meses.

A taxa de juros das novas contratações alcançou 32,5% ao ano em maio, com incrementos de 0,4 ponto no mês e de 4,7 pontos em 12 meses. O spread bancário — que é a diferença entre o custo de captação de dinheiro dos bancos e o que eles cobram nas operações de crédito que oferecem — atingiu 22,3 pontos, alta de 0,5 ponto no mês e de 4,8 pontos ante maio de 2022.

O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de todo o crédito do Sistema Financeiro Nacional, caiu para 22,4%, 0,1 ponto a menos que há um mês, mas alta de 2,3 pontos em 12 meses.