Polícia

Militar teria matado Caetano por instabilidade mental, diz advogado

Defesa do PM afirma que ele foi xingado pela vítima diversas vezes durante os meses anteriores ao crime

16 FEV 2023 • POR Pedro Molina e Brenda Leitte • 14h40
Ao meio, José Roberto da Rosa, advogado responsável pela defesa do subtenente reformado da Polícia Militar José Roberto de Souza - Foto: Brenda Leitte

O advogado José Roberto da Rosa, responsável pela defesa do subtenente reformado da Polícia Militar José Roberto de Souza, que assassinou o empresário Antônio Caetano de Carvalho dentro do Procon/MS da Capital na última segunda-feira (13), afirmou que seu cliente vinha sendo vítima de ataques racistas por parte da vítima.

Segundo o advogado, que assumiu o cargo na tarde de ontem (15) após ter recebido contato da família do militar, o caso foi resultado da instabilidade psicológica de seu cliente, que já havia sido reformado na Polícia Militar por esse motivo.

Durante seu depoimento, o militar contou que no ano passado, cerca de quatro meses atrás, teria procurado a empresa de Caetano para fazer a substituição do motor de sua caminhonete, do modelo SW4.

Rosa explica que todo o processo ficou orçado em cerca de R$ 30 mil, e que após o pagamento desse valor, parte feito por Pix e outra parte paga no cartão de crédito, o veículo começou a apresentar defeitos, e que nesse período, entre os trabalhos realizados por Caetano e o crime, os dois discutiram e trocaram insultos várias vezes.

“Ele narra que já havia em alguns momentos atrás recebido um xingamento, teria sido desrespeitado pelo Caetano, que inclusive teria feito sugestões do porquê que ele teria uma SW4 sendo que ele seria um ‘policinha preto’”, destaca o advogado.

A data do crime não foi o primeiro momento em que a vítima e o autor ficaram de cara a cara no Procon da Capital, com a primeira vez sendo na última sexta-feira (10).

Segundo o advogado, na data do crime, após ser confrontado por Caetano “de forma debochada novamente, levando em conta a raça ou cor da pele de José Roberto”, o militar teria desferido três tiros em direção da vítima.

Em seu depoimento, o miliar teria dito que atirou contra a vítima sem uma mira específica, e que teria praticado o crime após ter sido “desmerecido, desrespeitado e injuriado” pela vítima, e que isso teria sido o motivador do crime.

Ele responderá por homicídio qualificado, com pena de 13 a 30 anos de prisão, mas caso a justificativa de José Roberto seja considerada pelo júri, seu tempo de prisão, caso condenado, pode diminuir.

 

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