Comportamento

Aos 50 anos, Ivalney realizou o sonho de viajar de bicicleta pela América do Sul

Cultivando o sonho desde quando era criança, este foi seu presente de aniversário

20 JAN 2023 • POR Brenda Leitte • 17h05
Ivalney Lucena Xarão viajado - Foto: Arquivo Pessoal

Quem nunca pensou em largar tudo, pegar uma bike, e sair pelo mundo?! Ivalney Lucena Xarão fez exatamente isso, ao completar 50 anos. Apaixonado por bicicletas desde a infância, ele deu a si mesmo uma viagem pela América do Sul e pelo litoral do Nordeste brasileiro, de presente, mas sob duas rodas.

Além de realizar um sonho, Xarão tinha como missão propagar o projeto "Giro D'água", que pretende levar a consciência do uso da água potável por toda América do Sul. “O objetivo é alertar as pessoas por onde eu passar, fazendo registros em fotos e vídeos de locais onde já houve qualquer tipo de degradação da água e que por esse motivo já é escasso a água potável para a população local”.

Mas essa não é a primeira cicloviagem do analista de sistemas. Ele pega estrada de bicicleta desde 1993 e já realizou sonhos antigos, como o de ir até Corumbá, para o Rio de Janeiro e, até mesmo pedalar pelo litoral brasileiro. “Fiquei um tempo parado por conta do nascimento da minha filha, por priorizar a criação dela. Em 2014 voltei à ativa, meu destino era Corumbá. Aos poucos fui retomando o condicionamento físico também", comentou.

Contudo, essa foi a primeira vez que ele se desafiou tanto, afinal, foram quase 30 mil quilômetros pedalados. Segundo ele, o que mais o motiva a partir para tantas aventuras, é a sensação que a bicicleta proporciona ao pedalar. "Você pode ir de carro, de avião ou de ônibus, mas nunca vai ser tão intenso como a bike. Ela te permite estar no ambiente, fazer parte. Se eu me canso, sento no meu banquinho debaixo de uma sombra e pronto, já estou no meio de tudo aquilo".

De Campo Grande, o viajante foi para o Rio Grande do Sul, partiu para o Paraguai e depois subiu o mapa, rumo a Venezuela. "Chegar ali em Ushuaia foi um marco importante pra mim".

Em cima de sua Giant, Ivalney percorreu cerca uma média de 50 km por dia. E visando economizar o máximo possível, especialmente com estadia, ele carregou uma barraca e uma lona, para se acomodar nas noites de descanso.

Além do peso da bike, o cicloviajante carregou cerca de 30kg em suprimentos, como câmaras para o pneu, máquina fotográfica, carregador solar, comidas não perecíveis, caixinha de som, garrafa térmica, mudas de roupa, um mini botijão de gás com boca portátil, um tantinho de café, açúcar e uma cafeteira italiana. "Não dava pra ficar sem meu cafezinho de manhã".

Para ele, a parte mais desafiadora foram os desertos, como o Salar de Uyuni, e as áreas de extrema altitude. "Para não ser pego de surpresa busquei consultar diariamente as altimetrias no aplicativo de celular".

 

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