Saúde

Janeiro Roxo: tratado pelo SUS, hanseníase é doença grave que tem cura

Manchas brancas, avermelhadas ou acastanhadas na pele, é um dos principais sintomas da doença

17 JAN 2023 • POR Brenda Leitte • 17h10
Janeiro Roxo - prevenção contra hanseníase - Foto: Divulgação

Em janeiro é realizada a campanha “Janeiro Roxo”, que tem como objetivo conscientizar e alertar à população sobre os riscos da hanseníase. A doença, que pode gerar graves sequelas, tem o tratamento oferecido integralmente pelo SUS (Serviço Único de Saúde), e tem cura. 

Manchas brancas, avermelhadas ou acastanhadas na pele, podendo ser associadas à falta de sensibilidade da região é um dos principais sintomas da doença, segundo o infectologista Rodrigo Coelho. O diagnóstico é feito de forma clínica, podendo ser solicitados alguns exames complementares para determinar o avanço da doença. 

Nos casos mais leves, em que o paciente apresenta poucas lesões – paucibacilares – o tratamento é feito na própria rede municipal de saúde. Já aqueles quadros mais agravados, em que o paciente apresenta diversas lesões – multibacilar – ou há o acometimento de nervos periféricos, o acompanhamento é realizado pela rede complementar, sendo o Hospital São Julião referência no tratamento. 

“Precisamos nos preocupar com as lesões de pele com alterações de sensibilidade, inicialmente. Nódulos, pápulas e alterações da motricidade ou sensibilidade de membros, principalmente, devem levantar suspeitas”, explica o infectologista. 

Somente no ano passado, 43 pessoas tiveram o diagnóstico de hanseníase em Campo Grande. O tratamento, feito com poliquimioterapia única, dura entre seis e doze meses, dependendo da gravidade de cada caso. 

“As formas mais graves da doença são as multibacilares, com baixa adesão ao tratamento podem trazer um comprometimento importante de estruturas nervosas periféricas e também outros órgãos como rins, fígado, nariz e órgãos reprodutores”, conclui Coelho. 

Transmissão 

Ao contrário do que se imagina, a transmissão da hanseníase não acontece através do contato com a lesão ou feridas, e sim por gotículas de saliva e secreções nasais, mas somente após um longo período. Ou seja, quem convive com alguém que não faz o tratamento tem o risco de ser infectado, já quem tem contato mínimo dificilmente será contaminado. 

O não compartilhamento de objetos pessoais é uma das melhores maneiras de reduzir os riscos de contágio. “A vacina BCG, feita em crianças para se prevenir da tuberculose, pode ajudar na prevenção da hanseníase, uma vez que são agentes infecciosos muito similares”, completa o médico.

 

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