Saúde

Saúde revoga portaria que previa aviso à polícia em caso de aborto legal

Texto causou reações negativas de especialistas e da bancada feminina da Câmara

16 JAN 2023 • POR Pedro Molina • 15h41
Foto: Aílton de Freitas/O Globo

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, revogou nesta segunda-feira (16) a portaria que exigia que profissionais da saúde informasse a polícia a realização de abortos em casos onde a interrupção da gravidez é justificada por estupro (Portaria nº 2.561/2020).

A portaria tratava de procedimentos de justificação e autorização da interrupção da gravidez nos casos previstos em lei, realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O texto, editado na gestão de Eduardo Pazuello e que causou fortes reações negativas de especialistas e da bancada feminina na Câmara, dizia que o médico e demais profissionais de saúde que acolhessem paciente com indícios ou confirmação de que foram estuprados, deveria informar o caso às autoridades responsáveis.

Os profissionais ainda eram orientados a “preservar possíveis evidências materiais do crime de estupro a serem entregues imediatamente à autoridade policial ou aos peritos oficiais, tais como fragmentos de embrião ou feto com vistas à realização de confrontos genéticos que poderão levar à identificação do respectivo autor do crime”.

Um trecho da portaria ainda obrigava o médico a oferecer exame de ultrassom para que a gestante vítima de violência sexual visse o feto que pretendia abortar, antes de efetivar o procedimento. Essa parte, porém, foi retirada do texto.

 

Tenha em seu celular o aplicativo do JD1 e acompanhe em tempo real todas as notícias. Para baixar no IOS, clique aqui. E aqui para Android.