Polícia

Anestesista é preso por abusar de pacientes desacordadas

Prisão ocorreu após investigação por armazenamento de pornografia infantil

16 JAN 2023 • POR Pedro Molina • 14h52
Foto: Reprodução/TV Globo

O anestesista colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo, de 32 anos, foi preso nesta segunda-feira (16), pela Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav), por ter estuprado pelo menos duas pacientes sedadas durante cirurgias, caso semelhando ao de Giovanni Quintella Bezerra, preso em julho de 2022 pelo mesmo motivo. As informações são do g1.

A Justiça expediu o mandado de prisão provisória e busca e apreensão contra Andres por estupro de vulnerável. O colombiano estava com os documentos em dia, e atuava tanto em hospitais particulares quanto públicos.

O médico foi preso na Barra da Tijuca, em sua residência. Sua mulher foi quem abriu a porta para os policiais, que acordaram Andres com a voz de prisão.

O caso só foi descoberto através das investigações da Dcav, que contaram com apoio da inteligência da Polícia Civil, a partir do compartilhamento de informações do Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil da Polícia Federal (PF).

Por conta da suspeita de vasta movimentação de arquivos ilegais, foi autorizada a quebra de dados em compartimentos do celular do suspeito, onde foi encontrado, de fato, mais de 20 mil arquivos pornográficos com menores de idade.

No meio dos arquivos, porém, existiam três, de autoria própria do médico, que chamaram a atenção dos investigadores.

“Quando vimos, logo de início, tratamos como casos de estupro, partindo do princípio de que ele mesmo teria produzido. Mas precisávamos avançar na identificação das vítimas e materializar os crimes. Pelos metadados dos vídeos, certificamos a localização do suspeito no ato da gravação, identificando os hospitais e descobrindo os dias. Aí partimos para a tentativa de descobrir as mulheres ali sedadas. Com as listas de pacientes operados nos dias, fomos buscando características físicas e eliminado possibilidades até chegar às pacientes”, explicou o delegado Luiz Henrique Marques, titular da Dcav.

À polícia, o anestesista disse “que aguardava a melhor hora (momento em que estivesse sozinho) e aproveitava” para cometer os abusos contra as pacientes, além de confirmar que armazenava os arquivos de pornográfica infantil.

“O declarante não sabe precisar o motivo pelo qual nutriu dentro de si a compulsão em ver e armazenar pornografia infantojuvenil”, diz trecho do termo de declaração.