Justiça

PL diz ao TSE que quer anulação somente do 2º turno

Autor do estudo utilizado pelo partido disse que seu documento, em momento algum, falou sobre votos e a invalidade dos mesmos

23 NOV 2022 • POR Pedro Molina • 18h12
Foto: Abdias Pinheiro

O PL, partido de Jair Bolsonaro, reiterou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quarta-feira (23) que os questionamentos da validade de votos, apresentado pela sigla nesta terça-feira (22), devem focar só no 2º turno das eleições deste ano.

A sigla afirmou ao TSE que a decisão de focar a anulação dos votos somente no resultado do 2º turno tem como objetivo evitar “grave tumulto processual”.

“Por isso é que a opção da Coligação autora, que ora se ratifica, foi a indicação apenas do 2º turno como escopo inicial da Representação, de forma a permitir a verificação, da forma mais prática, objetiva e célere possível, por equipe técnica especializada e imparcial, se a falha objetiva quanto à correta individualização do arquivo LOG com o número de identificação da urna gera qualquer possibilidade – mínima sequer – de ter comprometido a manifestação da vontade do eleitor brasileiro”, diz trecho do documento enviado pelo partido ao TSE.

No entanto, o pedido do PL para que somente a eleição para presidente e governador seja anulada surge como uma forma do partido proteger seus 99 deputados federais e oito senadores eleitos, além dos apoiadores de Bolsonaro também escolhidos para os cargos.

Apesar das alegações, o autor do estudo técnico encomendado pela sigla, o engenheiro eletrônico Carlos Rocha, disse ao portal de notícias UOL que o seu relatório não falou sobre “votos” em seu documento, mas sim de um mal funcionamento do equipamento.

“A minha análise é técnica. A urna funcionou bem? Era o objetivo. Ou tem indício de mau funcionamento? Tem indício de mau funcionamento”, explicou o presidente do Instituto Voto Legal (IVL).

Rocha destaca que o único objetivo era avaliar um possível mal funcionamento, mas destaca que as urnas eletrônicas serviram o seu propósito.

O estudo, no entanto, foi criticado por outros especialistas da área, que alegam que o estudo preliminar erra ao alegar que a falha no campo “ID_UE” impede que a urna seja identificada, já que dados como município, zona, seção, local de votação, código de carga da urna, identificação da mídia da carga entre outros permitem que, através do cruzamento de dados, ela seja identificada.