Internacional

Airbus afirma que não teve responsabilidade no acidente de voo brasileiro em 2009

Acidente aéreo foi causado por falha que era de conhecimento da fabricante de aeronaves

14 NOV 2022 • POR Pedro Molina • 19h37
Foto: The New York Times

O representante da Airbus durante o julgamento do acidente do voo AF447 da Air France alegou nesta segunda-feira (14) ausência de responsabilidade da fabricante no acidente ocorrido em 2009, que matou todos a bordo da aeronave.

A Airbus, representada pelo ex-piloto de testes Christophe Cail, está sendo julgada por homicídio culposo, e enfrentará os questionamentos de um tribunal em Paris até esta terça-feira (15).

O acidente

Em 1º de junho de 2009, um Airbus A330-200 iniciava seu voo que faria a trajetória entre o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro e o Aeroporto de Charles de Gaulle, em Paris, no voo AF447 da Air France.

A aeronave levantou voo às 19h29 no horário do Rio, mas perdeu contato com a torre de controle após cerca de 3 horas de voo, quando estava próxima do limite dos radares brasileiros.

O voo foi dado como desaparecido no mesmo dia, e menos de 24 horas depois, em 2 de junho de 2009, o então ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, confirmou a queda da aeronave no Oceano Atlântico.

Após dois anos de buscas, em maio de 2011, as duas caixas pretas da aeronave foram encontradas, e com isso pode-se ter maiores informações sobre o acidente.

Após as análises, se determinou que o culpado do acidente foi o congelamento das sondas Pitot da aeronave, pequenos tubos de metal fixados na parte externa do avião com o objetivo de medir a velocidade de voo.

Os investigadores descobriram, ao analisarem dados da fabricante, que casos de congelamento já vinham sendo registrados há pelo menos dois meses pela Airbus, quase que exclusivamente no modelo de Pitot utilizado pelo A330-200, modelo de avião utilizado pela Air France no acidente.

A fabricante responde por ter subestimado a gravidade dessa falha e diretamente, devido falta de comunicação, resultado na queda da aeronave, matando todos os 228 passageiros a bordo.