Paciente terminal ganha festa da equipe da Santa Casa em último aniversário
A idosa que completou 71 anos, se despediu feliz com a atitude dos enfermeiros do hospital da Capital
25 OUT 2022 • POR Brenda Leitte • 14h53O último dia 10 de outubro foi diferente de todos os outros anos para Zilda Verdum Vianna. Ela pode celebrar junto a equipe multiprofissional da Unidade de AVC (Stroke) seu último aniversário. Longe dos planos esperados para a data, devido a condição clínica e avanço da doença, seguido de dias de grandes desafios, não fez com que o dia passasse despercebido pelos profissionais que acompanharam seu caso.
Matheus Vieira Lima, enfermeiro na unidade da Santa Casa de Campo Grande, recorda que a paciente chegou no setor no início do mês, estava consciente e se mantendo em pé, e conversando com a equipe. “Por maior que fosse a complexidade da situação clínica, ela se manteve sorridente, conversando com a enfermagem, elogiando a equipe e sempre muito educada e agradecida por tudo e todos”, disse.
Já no plantão seguinte, o AVC teve uma progressão muito importante e ela acabou tendo uma deterioração clínica a ponto de reduzir o nível neurológico e começar a ter descompensação respiratória. Conforme informada por ela ao enfermeiro, quando a mesma estava lúcida, optou por não ser intubada ou ficar em uma cama o resto da vida. “Ela preferia que Deus a levasse sem necessidade de entrar com medidas invasivas”, lembrou.
Desacreditados na mudança repentina da situação clínica em que ela se encontrava, tendo em vista que um plantão antes ela estava conversando com todo mundo, o profissional reuniu a equipe e tiveram a ideia de fazer algo para celebrar junto da família que ali estava com a paciente, na data de seu aniversário. O intuito era trazer um pouco de alegria e conforto e de tentar mostrar que a enfermagem está presente, sensibilizada com a situação da paciente.
“Nesse dia ela estava completando seus 71 anos, e infelizmente já viria a óbito nas próximas horas devido a evolução negativa do caso. Mas queríamos, naquele momento, manter a alegria, o carinho e o acolhimento que a paciente tinha em seu momento de orientação antes da progressão da doença”, destacou o enfermeiro Matheus.
Então, rapidamente a equipe montou algo simples, um bolo com velinhas rosa dando referência aos 71 anos de Zilda. O profissional pegou o violão, juntou parte da equipe, e cantaram a letra "o mundo pode até fazer você chorar, mas Deus te quer sorrindo".
Daniella Verdum Vianna, filha de Zilda, contou que todos os anos havia uma comemoração, mas neste não haviam pensando em nada, devido a situação agravante, mas que os profissionais conseguiram fazer daquele momento mais especial. “Fiquei muito emocionada pela homenagem que equipe fez para minha mãezinha, agradeço muito pelo carinho e atenção que todos tiveram comigo e com ela nesses dias. Peço que Deus abençoe grandemente toda a equipe”, afirmou.
O enfermeiro ainda lembrou que tanto a família, quanto a equipe, não conseguiram segurar as lágrimas. “A filha falou que vai fazer um quadro das velinhas para sempre lembrar do que fizemos. E nós ficamos muito felizes por ter contribuído, mesmo que com pouco”, finalizou.
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