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Meio Ambiente

Aquecimento global pode causar extinção em massa e acabar com 90% das espécies do planeta

A declaração foi feita na abertura da Forecasting Healthy Futures Global Summit, evento internacional sobre saúde e clima, que começou nesta terça-feira (8) no Rio de Janeiro

09 abril 2025 - 13h24Brenda Assis

O pesquisador Hugh Montgomery, diretor do Centro de Saúde e Desempenho Humano da University College London, na Inglaterra, fez um alerta sobre as mudanças climáticas durante a abertura da programação do Forecasting Healthy Futures Global Summit, evento internacional sobre saúde e clima, que começou nesta terça-feira (8) no Rio de Janeiro. 

“Se a humanidade não conseguir reverter os efeitos das mudanças climáticas, a Terra pode sofrer uma extinção em massa, semelhante à do Período Permiano (entre 299 e 251 milhões de anos atrás), quando cerca de 90% das espécies não conseguiram sobreviver às condições drásticas”, declarou.

Montgomery ressaltou que essa extinção já vem ocorrendo "a maior e mais rápida que o planeta já viu, e somos nós que estamos causando isso", frisou. Entretanto, a morte de espécies pode chegar a níveis catastróficos se o aumento da temperatura média global chegar a 3 graus Celsius (ºC) acima dos níveis pré-industriais. Em 2024, alcançamos um aumento recorde de 1,5º C, e cientistas estimam que se as ações atuais foram mantidas, especialmente no que se refere a emissão de gases do efeito estufa, esse aumento deve chegar a 2,7°C até 2100.

"Se continuarmos golpeando a base dessa coluna instável sobre a qual estamos apoiados, a própria espécie humana estará ameaçada. No ano passado, emitimos 54,6 bilhões de toneladas de CO equivalente na atmosfera — um aumento de quase 1% em relação ao ano anterior. A concentração atmosférica de CO não só está aumentando, como está aumentando de forma cada vez mais acentuada", explicou o especialista.

E, de acordo com Montgomery, outras consequências drásticas poderão afetar a Terra bem antes disso. "Se alcançarmos, mesmo que temporariamente, um aumento entre 1,7°C e 2,3°C, teremos um colapso abrupto das camadas de gelo do Ártico. Sabemos que isso também vai causar uma desaceleração significativa da Circulação Meridional do Atlântico, da qual depende o nosso clima, nos próximos 20 ou 30 anos, provocando uma elevação do nível do mar em vários metros, com consequências catastróficas".

Ele chama atenção para outras causas do aquecimento global, como a emissão de metano, gás com potencial danoso 83 vezes maior do que o dióxido de carbono, liberado principalmente durante a exploração de gás natural. O cientista inglês também argumentou que ações imediatas de despoluição são essenciais para a própria economia mundial, que, prevê ele, deve reduzir em 20% ao ano, ou 38 trilhões de dólares, a partir de 2049, por causa dos efeitos das mudanças climáticas.

Hugh Montegomery avalia que é importante pensar em medidas de adaptação a mudanças no clima, porque elas já estão afetando a saúde da população hoje, "mas isso não pode ser feito em detrimento de uma redução drástica e imediata nas emissões, porque não faz sentido focar apenas no alívio dos sintomas quando deveríamos estar buscando a cura".

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