Foi lançado nesta sexta-feira (21), no auditório da APAE de Amambai, por meio de uma iniciativa do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), por meio da Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ), o livro Estrelas na Cabana, agora adaptado à realidade indígena.
Com dezenas de crianças e lideranças indígenas, juntamente de autoridades locais, o lançamento do livro representa um marco no combate à violência infantil, garantindo que a informação chegue às crianças indígenas em sua língua materna, o Guarani Kaiowá.
Segundo a juíza auxiliar da CIJ, Katy Braun do Prado, o livro já era utilizado em diversas cidades do Estado, mas que pela primeira vez traz ilustrações e narrativas que respeitam a cultura indígena, facilitando a compreensão e tornando o conteúdo mais próximo da realidade das crianças das aldeias.
A magistrada destacou que o objetivo é ampliar a conscientização sobre os vários tipos de violência infantil.
Ela também mencionou que Mato Grosso do Sul possui a terceira maior população indígena do país e, após o lançamento em Amambai, o objetivo é levar o livro adaptado para todos os povos originários do Estado.
O juiz diretor do foro de Amambai, Diogo de Freitas, explicou que o pedido surgiu por ele acreditar que a ação seria um marco de importância para o TJMS, garantindo que ele atuasse não apenas após a violência ter sido praticada contra as crianças, mas conscientizando para prevenir esse tipo de crime.
A psicóloga Elenice Peixoto da Costa dos Santos, que atua na rede de ensino de Amambai, destaca a importância desse lançamento como ferramenta de proteção e conscientização. “Esse livro foi embasado na cultura deles. Foram mudados personagens, palavras, tudo para se adaptar à realidade deles. É a primeira vez que um livro infantil aborda esse tema no idioma Guarani Kaiowá, e isso fará com que as crianças se sintam valorizadas, familiarizadas e respeitadas”, apontou.
Ela apontou que, antes do livro, não existia material educativo específico sobre violência infantil adaptado à cultura indígena no Estado. “Sempre tivemos orientações sobre violência, mas nunca nada adaptado à cultura e ao idioma deles. Esse material preenche essa lacuna, possibilitando uma abordagem mais eficaz e acessível”, ressaltou.
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