Após todas as testemunhas serem ouvidas no segundo dia de julgamento do caso de assassinato do jovem estudante Matheus Coutinho Xavier, 20 anos, os réus Jamil Name Filho, mandante do crime, o ex-guarda civil Marcelo Rios, e o policial Vladenilson Olmedo, começaram a ser ouvidos, na tarde desta terça-feira (18).
Vladenilson
O primeiro a ser interrogado, Vladenilson um dos executores do rapaz, negou qualquer participação no crime. “Não tenho nada a ver com o crime. Não tenho relação com o veículo, as armas, nem intermediação”, disse.
O policial contou ter conhecido a família Name pelo ‘Pantanal Cap’. Logo depois, ele teria começado a trabalhar como secretário para a família, sendo responsável por mexer com banco, cartão, serviços gerais da casa. Quando questionado sobre sua ligação com Marcelo Rios, ele disse que sempre o via quando precisava ir na residência para pegar assinaturas, uma vez que era um dos seguranças do local.
Questionado sobre Juanil (pistoleiro foragido) trabalhar na residência, Vladenilson negou conhecê-lo. “Não conheço essa pessoa e nunca vi lá na casa pela foto que eu cheguei a ver, nunca conheci essa pessoa”.
O réu informou que ficou sabendo sobre a morte de Matheus apenas quando voltou de viagem, ao ser informado pela advogada. Reafirmando o declarado pelo seu cunhado na manhã de hoje, Vladenilson disse que estaria em Ponta Porã com a família.
Marcelo Rios
Assim como seu companheiro de trabalho Vladenilson, o outro acusado de ser o intermediário entre a encomenda da execução do policial militar aposentado Paulo Roberto Xavier, que terminou na morte de seu filho Matheus, Marcelo Rios negou qualquer envolvimento com o crime. No entanto, ele disse conhecer e já ter ‘ajudado’ Juanil (pistoleiro foragido) em outras ocasiões.
Em outras ocasiões, o réu contou ter guardado algumas armas para Juanil em troca de R$ 2 mil, dizendo ter sido o dinheiro mais caro de sua vida. As armas seriam guardadas por aproximadamente 20 dias, enquanto ele viajava. Marcelo Rios então escolheu a casa dos Name para esconder o armamento.
Questionado sobre ter sido o intermediário entre os mandantes e os executores, Marcelo negou dizendo não conhecer as pessoas. “Não fui intermediário de nada, e assim, eu sou um homem de assumir meus erros. Pela quantidade de armas lá eu assumi esse crime, assumi... Mas, essa coisa de homicídio, essa coisa grave que aconteceu com esse garoto aí, não tenho nada a ver com isso, eu não intermediei nada”, alegou ele.
O réu afirmou ainda não saber quem era Paulo antes de vê-lo nas audiências. Uma vez que quando começou a trabalhar na casa dos Name, o PM já não integrava mais o quadro de funcionários.
O caso
Segundo relatório do Garras, o policial militar aposentado Paulo Roberto Xavier era o verdadeiro alvo da organização criminosa na execução que resultou na morte do seu filho.
A investigação aponta que o homem apontado como chefe da organização criminosa, o empresário Jamil Name, acreditava que Paulo Roberto Xavier tinha se aliado a um advogado, com quem ele tinha tido um desacordo em negociação de fazendas que pertenceram ao reverendo Moon localizadas em Jardim e em Campo Grande.
Por conta do revés nos negócios, Jamil Name, conforme o relatório da polícia, teria dado ordem para matar o advogado, a esposa dele e seu filho, além do ex-policial militar.