Jamil Name filho foi interrogado na manhã de terça-feira (31), no processo referente ao assassinato de Marcel Costa Hernandes Colombo, o "Playboy da Mansão", morto a tiros em outubro de 2018, na Capital.
De acordo com a acusação, o motivo que teria levado à execução de Marcel é absurdo: um desentendimento por causa de um balde de gelo. "Jamilzinho" conta que se desentendeu com Marcel e que, cerca de dois meses depois o encontrou em um bar, quando ouviu dele um pedido de desculpas, mas não teria ficado satisfeito com a "falta de humildade" do "Playboy". Entretanto, Name Filho nega ser o mandante do crime.
Durante o interrogatório na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, o réu pediu ao juiz Aluízio Pereira dos Santos para contar detalhadamente a história. “Vou explicar essa história bem detalhadamente para o senhor. Sei que o senhor gosta das coisas bem objetivas. Mas eu preciso explicar bem correto e didaticamente. Explicar para que não reste dúvida”, disse.
Segundo o relato que se seguiu, ele e amigos ocupavam duas mesas em uma boate, perto de um camarote, e por volta das 2h30 o estabelecimento começou a esvaziar e em um dos camarotes, sobraram dois baldes, sendo um com cerveja e uísque e o outro com energético, quando Marcel, aparentemente alterado, começou a jogar água nas mulheres e em Jamilzinho, que reagiu com xingamentos e, como resposta, foi empurrado pelo outro homem no nariz, tendo um sangramento em seguida.
Marcel teria sido, então, retirado dali por seguranças, mas ainda assim, Name teria ido atrás para tirar satisfações, porém teria sido impedido por um segurança, que o parou com um mata-leão e só parou a pedido de Paulo Roberto Teixeira Xavier, policial militar que teve um filho morto em frente à casa onde mora e que teria relatado em interrogatório na operação Omertà que a morte de Marcel foi decidida depois da briga na boate.
Depois do ocorrido, Jamil Name Filho diz ter encontrado Marcel - que foi se desculpar com ele - em um bar, cerca de dois meses depois e, posteriormente, em outras ocasiões e estabelecimentos diferentes, mas sem aproximação.
O réu ainda alega que não teria envolvimento com a morte de Marcel Colombo porque na noite do crime, estaria internado no Proncor.
Quando perguntado sobre os outros acusados pelo homicídio, afirmou ter tido contato com Everaldo Monteiro de Assis, um policial federal afastado, por intermédio de um primo lotado na PRF (Polícia Rodoviária Federal). “Meu primo, o Waldir Brasil do Nascimento, é da PRF há 20 anos. Ele trabalha na região de Rio Brilhante até Ponta Porã. Ele me ligou dizendo que queria passar lá em casa, queria deixar alguns documentos para eu entregar para o senador Delcídio, que é vizinho nosso de condomínio”, contou. Na oportunidade, o primo estaria acompanhado de Everaldo.
Name Filho também negou ser proprietário do armamento apreendido em 2019 em um de seus imóveis, alegando que o arsenal havia sido guardado lá sem seu conhecimento pelo guarda municipal chamado Marcelo Rios.
“Não tem nada, absolutamente nada que me ligue a essas armas. A não ser que elas, no caso, foram encontradas nessa casa pertencente a mim”. O réu também se pronunciou sobre as afirmações da esposa de Marcelo, que teria dito que o marido prestava serviços para a família Name. Segundo ele, ela teria sido influenciada pelo delegado Fábio Peró, da Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestro (Garras).
Jamilzinho agradeceu ao juiz pela maneira como conduziu a oitiva.
O crime:
Marcel foi morto a tiros na noite de 18 de outubro de 2018, em uma cachaçaria da Capital. De acordo com o inquérito, o atirador teria chegado em uma motocicleta, foi até a mesa onde estava Marcel e efetuou vários disparos pelas costas, fugindo em seguida. Segundo testemunhas, Name teria sido o mandante do crime.
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