A testemunha ‘chave’ do Júri dos acusados de matar o estudante Matheus Coutinho Xavier, 20 anos, esposa de um dos envolvidos no caso Eliane Benitez Batalha, alegou em frente ao juiz que foi vítima de ameaças constantes por parte de um dos delegados que integrava a investigação na época.
Hoje (18), é o segundo dia do julgamento dos réus Jamil Name Filho, mandante do crime, o ex-guarda civil Marcelo Rios, e o policial Vladenilson Olmedo. Pelo menos três testemunhas de defesa dos acusados na ação penal foram ‘cortadas’ do Júri, isso porque Jamil Name, o Jamilzinho desistiu de duas de suas testemunhas, Eliane, considerada peça chave na ação e Leonardo Fabrício.
Por conta dessa desistência, Eliane passou a ser testemunha apenas do seu marido, Marcelo Rios.
Mantendo o que havia alegado no decorrer do processo, ela continuou afirmando que foi vítima de tortura e ameaças pelos policiais do Garras, em especial o delegado Fábio Peró. Além disso, ela desmentiu mais uma vez, o depoimento prestado à polícia assim que seu esposo foi preso.
“Falei tudo o que os delegados mandaram eu falar”, comentou Eliane ao falar sobre o depoimento prestado. A esposa de Marcelo Rios alegou ainda que o delegado em questão teria afirmado que durante a gravação, se ela tivesse medo ou receio, ele estaria ‘ali’ para ajudá-la.
A testemunha alegou ainda que foi mantida presa dentro da sede do Garras por aproximadamente uma semana. Após isso, policiais teriam dito para Eliane chamar alguém para buscá-la, que era para ela ir para casa junto com os filhos, de 5 e 7 anos, na época em que tudo aconteceu.
Chorando, ela disse ter sido questionada pelo filho sobre o que estava acontecendo. Para os advogados de defesa do seu marido, ela disse que se fosse preciso faria tudo de novo para proteger os filhos, mesmo que isso fosse entrar em uma ‘mentira’ e recontar as coisas ditas pelos policiais.
Emoção
Após o depoimento de Eliane, o juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, autorizou a entrada dos filhos de Marcelo Rios no plenário.
O acusado chegou a ficar bastante emocionado ao ver as crianças, até mesmo eufórico.
Julgamento
Este é o segundo dia do Júri que começou na segunda-feira (17) e ouviu as testemunhas de acusação arroladas pela Promotoria de Justiça.
No primeiro dia foram ouvidos a delegada Daniela Garcia que contou como começaram as mortes executadas com armas de grosso calibre na Capital a mando dos Names, e Tiago Macedo dos Santos que detalhou logística bem executada dos crimes realizados pela organização criminosa.
O delegado Carlos Delano, atual titular da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), foi a terceira testemunha de acusação. logo depois o pai de Matheus Coutinho Xavier e alvo da execução, Paulo Xavier relatou o dia do assassinato do filho, seguido do depoimento do escrivão da Polícia Civil, Jean Carlos.
O caso
Segundo relatório do Garras, o policial militar aposentado Paulo Roberto Xavier era o verdadeiro alvo da organização criminosa na execução que resultou na morte do seu filho.
A investigação aponta que o homem apontado como chefe da organização criminosa, o empresário Jamil Name, acreditava que Paulo Roberto Xavier tinha se aliado a um advogado, com quem ele tinha tido um desacordo em negociação de fazendas que pertenceram ao reverendo Moon localizadas em Jardim e em Campo Grande.
Por conta do revés nos negócios, Jamil Name, conforme o relatório da polícia, teria dado ordem para matar o advogado, a esposa dele e seu filho, além do ex-policial militar.
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