O jovem Messias Cordeiro da Silva, de 25 anos, acusado do feminicídio de Karolina Silva Pereira, de 22 anos e homicídio do colega de trabalho dela, Luan Roberto de Oliveira, de 24 anos, em abril deste ano, encarou mais uma vez as testemunhas de acusação sobre o caso.
Nesta quarta-feira (30) aconteceu a segunda audiência de Instrução e Julgamento, na 2ª Vara do Tribunal do Júri, onde está previsto para sete testemunhas, sendo uma de acusação e seis de defesa.
A primeira a falar foi a melhor amiga de Karolina, mais de 15 anos de companheirismo, Maisa – como testemunha de acusação. Ela é considerada uma testemunha ‘chave’ para o caso, uma vez que tem posse de áudios e conversas provando o medo da vítima em relação ao autor. Durante seu depoimento, ela chegou a ler algumas conversas e reproduzir alguns dos áudios, se emocionando ao ouvir a voz da amiga mais uma vez.
A família de Karolina, presente na audiência, se emocionou da mesma forma, chorando quando a voz da jovem ecoou pelo plenário.
Por ficar nervosa na presença do acusado, ela pediu para ele não estar presente. Em seu relato, a jovem mencionou já ter sido seguida por Messias durante um dos términos com Karolina. “Eles tiveram vários términos. Ela me contava que sempre era ele que terminava com ela, mas não me dava detalhes. Ela nunca tinha me relatado agressão, mas falava rolava muito ciúmes no relacionamento”, disse Maisa.
Ao lembrar-se do último término do casal, a testemunhas disse ter aconselhado sobre o relacionamento dos dois não ser saudável, mas Karolina estava relutante, dizendo que o rapaz ‘estava mudando e arrumando um emprego.
Todas as mensagens, áudios e provas foram imprensas e transcritas, sendo entregues ao Ministério Público. O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, solicitou a conversa para anexar no processo.
Testemunhas de defesa –
O irmão de Messias, Ezequiel Cordeiro da Silva, contou que sempre foram ensinados a ser contra a violência, por conta do histórico familiar, destacando que o rapaz tinha essa consciência. “Nós sempre fomos contra violência contra a mulher, principalmente depois do crime que nosso pai cometeu”, disse.
Quando jovem, ainda segundo o irmão, Messias era frequentador da igreja, participava do louvor e auxiliar dos jovens. Sempre muito amoroso e normal dentro de casa. Porém, tudo teria mudado quando mais velho, acabou desenvolvendo problemas psicológicos no quartel, fazendo com ele mudasse de comportamento.
Ainda sobre seu histórico de saúde, a testemunha disse que Messias tentou suicídio três vezes após términos, sendo dois anteriores a Karolina e o último depois de assassinar a jovem. Dizendo desconhecer que o irmão tinha uma arma ou como a conseguiu antes do crime, Ezequiel disse que Messias era ‘bom de tiro’.
Quase que repetindo o que foi dito por Ezequiel, a mãe de Messias confirmou que o casal terminava e voltava várias vezes. Claudinéia Cordeiro pontuou que não sabia quando os dois terminavam, pois sempre voltavam muito rápido. Assim como a primeira testemunha de defesa, Claudineia e a irmã de Messias, Rebeca Cordeiro da Silva, disseram desconhecer que o rapaz havia comprado uma arma.
Ambas citaram que a mãe de Karolina não aceitava o relacionamento dos dois. “Não conhecia a filha de verdade. Não sabia de uma dívida que a Karol fez e tinha que pagar, e inclusive não sabia que ela tinha sido abusada quando criança”, disse Claudinéia.
Em mensagens trocadas com Karolina, a irmã de Messias chegou a dizer que o rapaz era perigoso. Apesar de serem apresentadas pelo Ministério Público, Rebeca desconversou sobre o assunto.
Conforme previsto, mais três testemunhas, e possivelmente Messias, ainda vão ser ouvidas hoje.
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