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Justiça

Caso Sophia: Pai contesta recurso da mãe e padrasto e defende júri popular

Advogados de acusação que representam o pai da vítima se posicionam contrariamente a tentativa da defesa de 'livrar' os réus do Tribunal do Júri

10 fevereiro 2024 - 10h55Redação    atualizado em 28/02/2024 às 11h57

Os advogados de acusação que representam Jean Carlos Ocampo da Silva, pai da pequena Sophia de Jesus Ocampo, morta aos dois anos em Campo Grande no ano de 2023, apresentaram uma manifestação à Justiça contra um recurso de absolvição interposto pela defesa de Stephanie de Jesus da Silva e Christian Campoçano Leitheim. Eles são acusados de homicídio qualificado e estupro, crimes imputados pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).

A manifestação da acusação visa contestar a tentativa da defesa de "livrar" os réus do Tribunal do Júri. Os advogados destacaram que não há justificativa para afirmar a "ausência" de indícios suficientes de autoria. Apesar das alegações da defesa, a acusação argumenta que o caso conta com indícios robustos de autoria e materialidade, evidenciados por depoimentos de testemunhas e diversas provas documentadas nos autos.

Dentre os documentos citados pela acusação estão o auto de prisão em flagrante, boletins de ocorrência, relatórios periciais, laudos médicos, e outros elementos que comprovam a materialidade dos crimes. O Ministério Público de Mato Grosso do Sul também se manifestou contrário aos pedidos de absolvição e a exclusão do crime de estupro.

A defesa, representando Jean Carlos Ocampo da Silva, pai da vítima, ressalta que as alegações da recorrente (mãe) sobre a falta de provas não têm sustentação diante do vasto material probatório nos autos. Os réus foram pronunciados para serem julgados pelo Tribunal do Júri, mas recorreram da decisão.

Os assistentes de acusação afirmaram que Jean Carlos relatou que, após a separação formalizada, Stephanie ficou com a guarda unilateral de Sophia. Além disso, ele relatou que, após a convivência estabelecida entre os réus, Sophia começou a apresentar vestígios de maus-tratos e violência, inclusive, a ocorrência do episódio da perninha quebrada em novembro de 2022.

Em relação ao homicídio qualificado, a acusação argumenta que há indícios suficientes de autoria por parte de Stephanie. As provas testemunhais e documentais indicam que a ré agredia a filha, era conivente com as agressões do padrasto Christian, incentivava tais atos e tentava ocultar a verdade quando questionada.

A acusação apresentou fotos extraídas dos celulares dos réus, evidenciando lesões na criança devido ao que descrevem como "abusos dos meios de correção e disciplina durante a convivência". Áudios das conversas entre Stephanie e Christian foram citados, revelando relatos sobre agressões recorrentes contra Sophia e outras crianças.

A defesa argumenta que, apesar das negativas de Stephanie, os depoimentos e provas demonstram a real dinâmica dos fatos, refutando as tentativas de se eximir da acusação.

O recurso dos réus ainda será analisado pela Justiça, e o desfecho do caso permanece aguardando novas deliberações.

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