O Papa Francisco aprovou nesta quarta-feira (20) uma resolução que reforma os ritos funerários papais, tornando-os mais simples e flexíveis. O novo texto retira, por exemplo, a obrigação de que os papas sejam enterrados sob três caixões tradicionais de chipre, chumbo e carvalho. Ele deseja ser sepultado em caixão simples de madeira.
O livro litúrgico, com as novas regras, substituirá a edição anterior, aprovada em 1998 e publicada em 2000 pelo papa João Paulo II. De acordo com o mestre das Celebrações Litúrgicas dos Pontífices do Vaticano, arcebispo Diego Ravelli, as mudanças atendem a um pedido de simplificação de Papa Francisco.
“O Papa Francisco pediu, como ele mesmo declarou em diversas ocasiões, para simplificar e adaptar alguns ritos de forma que a celebração das exéquias do bispo de Roma expressasse melhor a fé da Igreja em Cristo Ressuscita. O rito renovado, ademais, deveria enfatizar ainda mais que o funeral do romano pontífice é o de um pastor e discípulo de cristo e não de uma pessoa poderosa deste mundo”, explicou.
Entre as novidades introduzidas, além da mudança do tipo de caixão, está a constatação de morte não mais no quarto do papa falecido, mas na capela, assim como a deposição imediata no caixão simples e a exposição do corpo do papa ao público, em caixão aberto. O texto prevê, ainda, que os sepultamentos poderão ocorrer fora do Vaticano, o que não era permitido, até então.
Papa quer ser enterrado em basílica - Papa Francisco já expressou o desejo de ser enterrado na basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, e não nas grutas sob a Basília de São Pedro, onde está sepultada a maioria dos papas, até então. Essa escolha está associada à veneração dele por um ícone da Virgem Maria, o Salus populi Romani (Salvação do povo de Roma), que está instalado no local.
Ele havia aprovado as novas regras em abril deste ano, mas o livro litúrgico só foi publicado nesta quarta. No próximo mês, o papa completará 88 anos. Segundo os médicos que o acompanham periodicamente, ele apresenta bom estado de saúde e segue ativo, liderando missas e celebrações no Vaticano.
Desde o início de sua trajetória papal, em 2013, Francisco opta por práticas menos pomposas e busca enfatizar o seu papel como servo da “igreja dos pobres”. Ele vive, por exemplo, no hotel do Vaticano, e não no Palácio Apostólico, além de utilizar carros mais simples durante as viagens.
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