Em um vídeo gravado dentro da maternidade Balbina Mestrinho, em Manaus, mostra um médico xingando e agredindo fisicamente uma adolescente de 17 anos, em trabalho de parto. Segundo a Polícia Civil, o médico cometeu crime de injúria e vias de fato. O Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas (CRM-AM) informou que investigará o caso.
As imagens foram feitas em 2018, segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam). No vídeo é possível ver uma paciente em trabalho de parto na maternidade Balbina Mestrinho. Na ocasião, o médico trata a jovem de forma agressiva. Em um momento, ele chega a bater nas coxas da paciente.
Logo em seguida, uma familiar da vítima se pronuncia e afirma que vai denunciar o caso. Irritado, o médico grita para que a família o denuncie.
A Secretaria de Estado de Saúde disse que tomou conhecimento do caso por meio de redes sociais e afirmou que o fato divulgado no vídeo é de 2018. Além disso, relatou que não há qualquer registro na maternidade ou na ouvidoria à época de denúncia, e que a secretaria já tramita um processo administrativo para apurar outra denúncia de negligência contra o médico.
A titular da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM), Débora Mafra, para comentar o caso. A delegada classificou a ação como crime.
“Os xingamentos e humilhações são crimes de injúria. Ao dar um tapa sem deixar marcas é vias de fato. Se chegar a ficar marca, é lesão corporal. Nesse momento [do parto], os médicos precisam ter calma, tem que amar o que faz. É natural gritar, a família ficar nervosa, um momento que é tenso. Os profissionais têm que estar habilitados, treinados para esse momento - e não agir xingando, nem cometendo crimes contra a vítima e a família dela”, explicou a delegada.
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas (CRM-AM) informou que toda denúncia contra ato médico é apurada pelo Conselho e que existem vários critérios para analisar se houve negligência, imprudência ou imperícia. Cada caso é analisado separadamente. Os passos são:
– Denúncia com identificação do denunciante, citando hora, local e médico que atendeu;
– Abertura de Sindicância. Em seguida, o Cremam solicita o prontuário. Então, é analisado se houve ou não ilícito ético.
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