Menu
Menu
Busca quinta, 26 de dezembro de 2024
Geral

UFMS está entre principais Depositantes de Patentes Residentes no Brasil

05 julho 2016 - 11h33UFMS

Com o 39º lugar entre os Depositantes Residentes de Patentes de Invenção (PI) e em 37º nos Depositantes Residentes de Programa de Computador, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul destaca-se em dois importantes rankings de 2015 do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O primeiro pedido de patente pela UFMS é de 1998, desde então já foram apresentados 39 depósitos. De software são 19 registros e de marca mais 21.

No final de 2007, foi criada a Agência de Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia (APITT/UFMS), que tem como proposta proteger as invenções que os pesquisadores, sejam eles professores, discentes ou técnicos, realizam dentro da Universidade. “Com a Lei nº 13.243, de 11 de janeiro de 2016, espera-se um conjunto ainda maior de atividades relacionadas à inovação no âmbito da UFMS. Assim como agora, a APITT será importante espaço para a gestão da propriedade intelectual, principalmente aquela decorrente de projetos de pesquisa desenvolvidos nos laboratórios, grupos de pesquisa e programas de pós-graduação”, afirma o Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, professor Jeovan Figueiredo.

Parceria – Os depósitos no INPI podem ser feitos em conjunto com outras instituições. A UFMS tem parceria em pedido de patente com a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Nos depósitos de patente, a Universidade é detentora dos direitos patrimoniais e caso exista o licenciamento da patente, está prevista em regulamento da UFMS a divisão dos royalties, sendo que 1/3 dos valores negociados é destinado aos autores, 1/3 à unidade acadêmica dos autores e o outro 1/3 à Administração (UFMS e PROPP).

Para cada patente depositada, a Universidade paga uma taxa anual no INPI, sendo que a patente de invenção tem vigência de 20 anos e a de modelo de utilidade, 15 anos. Depois desse período, o invento torna-se de uso comum. “A patente traz benefícios para os autores, para a Universidade e para a sociedade,”, afirma Guilherme Castro, chefe da APITT. Ele acrescenta que a UFMS está bem colocada entre as instituições do Centro-Oeste. “Nos destacamos no ano passado com números de depósitos próximos à UnB e à UFG”.

Importância – Ao pedir a patente, o pesquisador evita o plágio de sua invenção, pode licenciar ou vender o invento, divulga a criação de um objeto novo, contribuindo para o desenvolvimento ou aperfeiçoamento de tecnologias existentes.

De acordo com a Lei de Propriedade Industrial (Lei. 9.279/96), para o invento ser protegido por patente é preciso a observância de alguns requisitos: novidade (invenções não compreendidas pelo estado da técnica, não existe ou não decorra da natureza, não seja conhecida e não tenha sido divulgada no Brasil); atividade inventiva (não seja óbvia para um técnico no assunto), aplicação industrial (produto para consumo ou um processo para produção) e deve, preferencialmente, ter suficiência descritiva.

“Na comunidade acadêmica ainda há a ideia de que a patente é algo muito complicado, mas estamos aqui para desmistificar isso. A redação de uma patente é muito mais fácil que uma redação de artigo científico. Os pesquisadores são cobrados a publicar para ter pontuação e conseguir novos financiamentos, mas isso não impede que seja feito o pedido de patente. Aliás, recomendamos que primeiro o pesquisador peça a patente e aí publique o artigo, para proteger o conhecimento”, diz Guilherme Castro, chefe da APITT.

Já a partir do pedido de patente, a invenção tecnológica pode ser transferida para a sociedade por meio das empresas, por licenciamento, para que o produto chegue ao mercado. A patente é territorial. Para proteção em outros países é preciso fazer o pedido local. As patentes são liberadas para pesquisa. Se houver melhoramentos do invento por outro pesquisador, com acrescimento de conhecimento, pode-se pedir uma nova patente. Para proteger a propriedade intelectual, a UFMS já depositou no INPI pedido de patente, programa de computador (software), marca e topografia de circuito integrado.

“O Instituto de Química e a Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia (Faeng) são os que mais apresentam pedidos de patentes. Alguns pesquisadores são mais recorrentes, já entenderam a importância de se proteger esse conhecimento”, expõe Guilherme. O depósito da patente fica 18 meses em sigilo. O pedido passa por julgamento, que pode demorar alguns anos para ser realizado, assim como no caso das marcas. Já o software é um registro que demora no máximo um ano para ser concedido.

Os pesquisadores interessados devem procurar a Agência pessoalmente ou por telefone (3345-7188/7793). Todos os custos ficam a cargo da UFMS, que é titular dos direitos. O trâmite legal é feito pela APITT.

Química protege conhecimento com depósitos no Inpi

O Instituto de Química da UFMS é um dos que se destacam nos pedidos de patentes.  Alguns dos depósitos apresentados já foram publicados pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O professor Adilson Beatriz, do Inqui, encabeça a lista dos que apresentam pedidos de patentes. Ele afirma que se tornou política do grupo de pesquisa do Laboratório de Síntese e Transformações de Moléculas Orgânicas – (Sintmol) o depósito de patente sempre que há uma inovação tecnológica e que gere um artigo científico.

Para ele, culturalmente o pesquisador brasileiro não tem esse procedimento de pedir a patente de algo que é uma inovação tecnológica, produto ou processo. No geral, os pesquisadores se preocupam apenas em publicar em revista científica porque é o que pontua a carreira. Além disso, expõe o professor, redigir um pedido de patente não é trivial e o processo de proteção é de longo prazo, demorando em média cinco anos para sua concessão, de acordo com estimativa do próprio INPI. Com isso, a patente acaba esquecida. “Se podemos proteger o conhecimento, por que não pedir?”, questiona o professor.

No Sintmol os pesquisadores – entre docentes e discentes – trabalham com pesquisa básica e aplicação de alguns produtos envolvidos. “Por isso, temos como política estudar a possibilidade de submeter à proteção o resultado de trabalho que gere um novo processo ou um novo produto e que será também publicado em alguma revista científica”. Dessa forma, segundo o professor, o grupo atende o chamado da APITT, que fornece orientação de como proceder, até mesmo na escrita do pedido de patente.

Recentemente, o INPI publicou o pedido de patente da UFMS do “Processo eficiente de purificação do cardanol isolado do líquido da casca da castanha de caju (LCC) e produção de derivados de interesse industrial”. “Nós isolamos este composto – cardanol – do líquido da casca da castanha de caju e fizemos transformações químicas, que possibilitam seu uso como larvicida”, explica Adilson Beatriz.

Outro produto que espera julgamento do Inpi, mas que já pode ser repassado à indústria, é o surfactante ou sabão feito a partir do LCC e o óleo de mamona, que tem forte atividade larvicida, capaz de exterminar larvas de mosquitos, como o Aedes aegypti. Apenas cinco miligramas do sabão já fazem efeito em um litro de água. O produto já despertou interesse de uma indústria química em Campo Grande.

Também em negociação com uma indústria farmacêutica no Rio de Janeiro, o óleo ozonizado – óleo vegetal que recebe ozônio, desenvolvido no Sintmol, aguarda manifestação do Inpi. O produto é um bactericida que também tem o poder de regenerar as células, podendo ser usado em feridas, como medicamento. Segundo o professor Adilson o óleo ozonizado é bastante usado em Cuba e na Europa, mas no Brasil ainda não é regulamentado. Também há outra pesquisa realizada conjuntamente com pesquisadores da Uniderp que utiliza o cardanol para combater insetos/pragas nas lavouras. Esse conhecimento está  sendo preparado para depósito no INPI.

Reportar Erro

Deixe seu Comentário

Leia Também

Themis de Oliveira assumirá a presidência do Consórcio Guaicurus -
Cidade
Por eficiência, Themis Oliveira assume a presidência do Consórcio Guaicurus
Detran-MS realiza quase 3 mil exames práticos na última semana do ano
Geral
Detran-MS realiza quase 3 mil exames práticos na última semana do ano
Sucesso dos cinemas, Interestelar volta às telonas brasileiras em janeiro
Geral
Sucesso dos cinemas, Interestelar volta às telonas brasileiras em janeiro
Embraer lamenta queda de E190 no Cazaquistão e diz que auxiliará autoridades
Geral
Embraer lamenta queda de E190 no Cazaquistão e diz que auxiliará autoridades
STF; justiça
Justiça
STF reconhece que MP dos Estados pode realizar investigações de crimes
Defesa nega que CNH de motorista de carreta envolvida em acidente em MG estava suspensa
Geral
Defesa nega que CNH de motorista de carreta envolvida em acidente em MG estava suspensa
Mulheres militares -
Brasil
Mulheres de Mato Grosso do Sul podem se alistar nas Forças Armadas em 2025
Viaturas da Polícia Civil - Delegacia Ribas do Rio Pardo /
Polícia
Homem é preso em flagrante após matar colega de trabalho em Ribas do Rio Pardo
Gusttavo Lima
Geral
Gusttavo Lima recebe alta hospitalar e faz post de feliz Natal
Objeto recuperado -
Polícia
Polícia prende homem por comprar notebook furtado em Campo Grande

Mais Lidas

Durante ceia em família, uma pessoa morre 5 minutos antes da meia-noite
Polícia
Durante ceia em família, uma pessoa morre 5 minutos antes da meia-noite
Cosmi foi morto na frente da própria residência
Polícia
Agiota é morto a tiros na frente da esposa no Jardim Columbia
JD1TV: Passageiro grava acidente de dentro de avião que caiu no Cazaquistão
Internacional
JD1TV: Passageiro grava acidente de dentro de avião que caiu no Cazaquistão
Bolo que teria causado envenenamento ou intoxicaçã
Polícia
Irmãs morrem após comerem bolo em chá da tarde