Os preços do leite ao produtor subiram pelo terceiro mês consecutivo. Segundo levantamento da Scot Consultoria, a média nacional ponderada dos dezoito estados pesquisados ficou em R$1,098 por litro, sem o frete. Os maiores aumentos ocorreram na região Sul do país e no Sudeste, onde o clima mais seco começa a prejudicar a qualidade das pastagens, além dos aumentos dos custos de produção.
Os dados parciais do Índice Scot Consultoria de Captação apontam para queda de 2,0% no volume de leite captado no país em abril, frente a março deste ano. Desde o pico de produção, em dezembro de 2017, o volume captado recuou 8,7%, segundo o indicador (média nacional).
Com a menor disponibilidade de matéria-prima aumentou a concorrência entre os laticínios nos últimos meses. Somado a isto, as recentes altas de preços dos lácteos na indústria permite o repasse para o produtor, mesmo com a demanda reagindo mais lentamente que o previsto. Um ponto importante, e que retrata esta retomada mais fraca do consumo, foi que o preço do leite longa vida recuou na segunda quinzena de abril, depois de um período de recuperação.
Por outro lado, alguns mercados “ensaiam” uma recuperação, ainda que timidamente, como é o caso dos queijos. Para o pagamento a ser realizado em maio, referente a produção de abril, 74,0% dos laticínios pesquisados pela Scot Consultoria acreditam em alta do preço do leite ao produtor e os 26,0% restante falam em manutenção frente ao pagamento anterior.
A intensidade desta alta, porém, deverá ficar abaixo das últimas variações, segundo a maioria das empresas consultadas, e dependerá da intensidade da recuperação do consumo na ponta final da cadeia. A expectativa é de que os preços subam até pelo menos o pagamento de julho.