Os trabalhadores da Energisa-MS ameaçam entrar em greve neste fim de ano, caso a concessionária de energia elétrica não conceda reajuste salarial acima da inflação para categoria. O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e Comércio de Energia no Estado do Mato Grosso do Sul (Sinergia-MS) já realizou seis rodadas de negociação com a empresa e não chegou a um acordo. E a possibilidade de um “natal se luz” está cada vez mais próxima, segundo o presidente da Sinergia-MS.
As principais reivindicações dos trabalhadores são manutenção de todos os direitos adquiridos, reposição da inflação mais 1,5% de ganho real no salário e 6% de reajuste nos tickets. O sindicato exige ainda o fim da pressão excessiva por resultados e um Plano de Cargos e Salários (PCS) transparente e justo.
Elvio Vargas, presidente do Sinergia, disse ao JD1 Notícias que mesmo com um lucro líquido de R$ 115,5 milhões nos primeiros nove meses de 2018, o que representa aumento de 96,8% em relação ao mesmo período do ano passado, a Energisa-MS se recusa a dar aumento real aos eletricitários e oferece apenas a reposição da inflação, além de impor mudanças no banco de horas e em outras cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho. A média salarial dos eletricistas é de R$ 1.500, atualmente.
“A empresa tem alta lucratividade e na hora de valorizar os funcionários que são responsáveis pelos resultados somos tratados com esse descaso, a concessionária não reconhece os trabalhadores e ainda quer retirar direitos”, critica o presidente.
Ele disse que cerca de 80% dos trabalhadores da empresa são filiados ao sindicato e nos últimos meses o número de adesão vem subindo devido a reforma trabalhista no país. "Os trabalhadores, estão buscando uma forma de ter uma segurança" explicou Vargas.
Para o presidente, o descaso com o funcionário e a busca por lucro resultam em serviços precários à população, que continua pagando tarifas elevadas. A 4ª revisão tarifária média foi de 9,87%, sendo 10,65% para os consumidores de baixa tensão e 7,91% para os consumidores de média e alta tensão.
“Nós pagamos uma das tarifas mais caras do país, a empresa coloca o lucro na frente do trabalhador e da população, prova disso, é que ela deixou de fazer o serviço de ligação de urgência porque fez as contas e viu que seria necessário muito investimento. Então, mesmo a população pagando caro pelo serviço, isso não chega para o trabalhador e não é devolvido em qualidade ao cliente”, avalia Elvio.
A deliberação da greve pode ocorrer esse mês e conforme Elvio Vargas os funcionários devem para exercendo o chamado “natal sem luz” e mantendo os trabalhos somente de serviços essenciais como hospitais.
A concessionária de Mato Grosso do Sul é a que mais lucrou no grupo Energisa. Dados do relatório financeiro do grupo apontam que Energisa-MS teve o melhor desempenho nas vendas de energia, com crescimento de 5,4%, acima do índice nacional que foi de 1,3%.
A redação entrou em contato com a Energisa-MS que enviou nota sobre a negociação anual e disse que busca atender os interesses dos colaboradores e que não existe a possibilidade de um "natal sem luz".
Nota | Energisa
A Energisa informa que o acordo coletivo é um processo negocial anual que acontece entre a entidade sindical e a empresa, buscando atender os interesses dos colaboradores e o equilíbrio econômico-financeiro da companhia.
Vale ressaltar que a concessionária está sempre aberta ao diálogo e trabalha com responsabilidade, garantindo o bem-estar dos seus colaboradores, a exemplo da pesquisa de clima realizada neste ano pelo Instituto GPTW (Great Place to Work) – internacionalmente reconhecido - onde a Energisa MS atingiu o índice de 79,01% de confiança, consolidando-se como uma excelente empresa para se trabalhar, com um ambiente de trabalho saudável e colaborativo.
A Energisa possui a concessão de um serviço público federal considerado essencial para toda a população e reforça que, tem garantido por lei o efetivo mínimo de colaboradores que viabilize o pleno atendimento à sociedade sem colocar em risco o serviço prestado pela distribuidora, garantindo a segurança dos colaboradores e clientes.
(Matéria editada ás 11h50 para acréscimo de informações)
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