Foi inaugurada na manhã desta quinta-feira (19), em Campo Grande, a primeira Sala de Vacinação exclusiva para Grupos de Risco -Profilaxia Pré-Exposicional Antirrábica do País. A unidade funcionará de segunda a sexta-feira, em horário comercial, em um anexo do Centro de Controle de Zoonozes (CCZ) – Av. Sen Filinto Müller, 1601 (próximo ao Lago do Amor). A solenidade de inauguração contou com a presença da vice-prefeita Adriane Lopes, do secretário municipal de Saúde, Marcelo Vilela, vereadores, coordenadores e superintendentes da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e do presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul (CRMV/MS), João Vieira de Almeida Neto.
O Secretário de Saúde Marcelo Vilela enalteceu o empenho dos servidores e técnicos envolvidos na concepção deste projeto e ressaltou que Campo Grande tem se destacado quanto ao desenvolvimento das políticas de prevenção e combate às zoonoses, e tais inciativas tornam a Capital referência para outros estados e municípios
“A Saúde Pública não se resume ao atendimento que é feitas nas UPAS e CRSs e nos demais unidades de saúde. Quanto nós estamos discutindo e implementando ações de combate e prevenção das zoonoses, por exemplo, nós estamos evitando que no futuro a gente sofra com as epidemias. E é pensando desta forma, na prevenção e agindo através de um planejamento, que nós iremos atacar o problema e evitar complicações futuras”, disse.
A sala de vacina que começa a funcionar a partir de hoje é específica para atender pessoas com risco de exposição permanente ao vírus da raiva, durante atividades ocupacionais, como profissionais ou estudantes de medicina veterinária; biologia; agronomia; zootecnia, além de profissionais que atuam na captura, vacinação, identificação e classificação de mamíferos passíveis de portarem o vírus, bem como funcionários de zoológicos e centros de reabilitação de animais silvestres.
De acordo com a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesau, Mariah Barros, a iniciativa de implantar a unidade surgiu diante de uma preocupação quanto aos registros recentes do acometimento do vírus da raiva em bovinos em Mato Grosso do Sul.
“Essa situação nos trouxe uma preocupação muito grande e na medida em que novos casos foram surgindo foi reforçada à necessidade de tomarmos as medidas necessárias da maneira mais rápido possível, considerando que, por conta da forte exploração da pecuária como atividade econômica em nosso Estado, nós temos várias profissionais que acabam sendo expostos e por isso a necessidade de implantar essa unidade e levando em conta que a raiva é, sobretudo, um problema de saúde pública”, ponderou.
A coordenadora lembra que através da prevenção é possível não só diminuir custos da assistência e internação, mas resguardar um valor imensurável que a vida deste profissional e ou eventualmente da pessoa exposta ao vírus, haja vista que a raiva não tem cura.
Segundo ela, além da imunização dos profissionais e demais pessoas elencadas nos grupos de risco, através desta unidade, será possível fazer a coleta de sorologia para a titulagem.
Toda pessoa que tem indicação de esquema pré-exposicional de três doses (com 0, 7 e 28 dias) deve se submeter ao controle sorológico a partir do 14º dia após a última dose do esquema. São considerados satisfatórios títulos de anticorpos maior que 0,5 UI/ml. Em caso de título insatisfatório, isto é, menor que 0,5 UI/ml, é necessário uma dose de reforço e reavaliar novamente.
Quem mais pode ser imunizado?
Profissionais que atuam na captura, vacinação, identificação e classificação de mamíferos passíveis de portarem o vírus, bem como funcionários de zoológicos e centros de reabilitação de animais silvestres; pessoas que desenvolvem trabalho de campo (pesquisas, investigações eco-epidemiológicas) com animais silvestres; espeleólogos, guias de ecoturismo, pescadores e outros profissionais que trabalham em área de risco; profissionais e auxiliares de laboratório de virologia e anatomopatologia para raiva.
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