Menu
Menu
Busca domingo, 24 de novembro de 2024
Geral

"Relógios da Energisa marcam 40% a mais que consumo real", diz técnico do IPEM

A Energisa é alvo de investigação através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em Rondônia

20 outubro 2019 - 14h13Priscilla Porangaba, com informações do Tocantins Agora    atualizado em 20/10/2019 às 14h58

A Energisa é alvo de investigação através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na Assembleia Legislativa de Rondônia (ALERO), que apura entre outras denúncias, a marcação irregular do consumo de energia em relógios instalados pela empresa.

A CPI analisa por exemplo, a informação de que equipamentos chegariam a marcar até 40% a mais que o consumo real. O fato chama atenção de outros estados como o Tocantins, que tem uma das energias mais caras do país e onde a concessionária também atua no fornecimento do serviço.

Criada no mês de setembro, a CPI da Energisa em Rondônia é constituída pelos deputados: Alex Redano (Republicanos), que foi autor do pedido de criação da Comissão Parlamentar, Cirone Deiró (Podemos), Ismael Crispin (PSB), Jair Montes (PTC) e Edson Martins (MDB).

Os fatos motivadores para a criação da CPI foram a supressão e troca de medidores de energia, sem a devida comunicação ou autorização dos consumidores; cortes de energia nos finais de semana e feriados, sem a devida comunicação prévia; e possível adulteração nos medidores retirados e devolvidos, em razão do grande número de reclamações, com o aumento injustificável nas contas.

Os parlamentares disseram considerar estarrecedores alguns fatos que vieram à tona na reunião ordinária que entrou pela noite da última quarta-feira (16), quando o presidente do Ipem, Aziz Rahal Neto; o técnico especialista em metrologia, Tiago Cruz de Lima; a procuradora do instituto, Mara Lucia da Silva Sena; o procurador do Estado, Sávio Jesus Gonçalves e o ex-diretor técnico Kleber Ihida foram convidados a participarem do debate.

Ilegalidade?

Um dos principais fatos que chamou a atenção na reunião é que o Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) tem assinado com a concessionária de energia elétrica, um contrato de prestação de serviços e não um termo de cooperação técnica.

O vice-presidente da Comissão, Ismael Crispin (PSB), lembrou que a lei que criou o Ipem impede o instituto de prestar serviços a empresas como a concessionária de energia elétrica.

Em nota, comunicação da Energisa no Tocantins confirmou que mantém contrato de prestação de serviço com o Ipem ou outros órgãos autorizados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), referências em todo o país nessa atividade com o objetivo de "preservar a lisura e a transparência do trabalho de aferição dos medidores da energia elétrica, que é direito dos clientes".

A Energisa disse ainda que o contrato é público e o preço da taxa de serviços metrológicos definido na lei federal 9.933/99 é o mesmo praticado por qualquer cidadão brasileiro que possua contrato com o Inmetro/Ipem e completou: "O processo de distribuição de energia é fortemente regulado em todo o Brasil e os contratos e equipamentos usados aferidos pelos órgãos responsáveis".

Consumo real

Segundo apurado pela Comissão, um técnico do Ipem admitiu que existem casos de identificação de relógios que marcaram 40% a mais do que o consumo real.

Segundo ele, nesse caso o aparelho é devolvido à Energisa, juntamente com um relatório, mas não é enviada cópia do documento ao consumidor. Também foi admitido que pertence à concessionária de energia o equipamento no qual os relógios marcadores de consumo são aferidos.

Alex Redano (Republicanos), presidente da CPI, explica que o Ipem não faz perícias e nem emite laudos e sim um relatório e que esse documento estaria sendo utilizado pela Energisa contra consumidores para cobrar valores considerados absurdos, alegando suposta adulteração nos relógios. Redano questionou essas cobranças e disse que saiu com dúvidas, pois não foi esclarecido se os medidores marcam mesmo o consumo real.

Ismael Crispin (PSB), falou que a informação é importantíssima, mas agora é preciso obter as provas de que relógios marcam muito mais do que é de fato consumido, para responsabilizar a empresa. De acordo com Crispin, existem denúncias de que em alguns marcadores de consumo há “gatos ao contrário”, que beneficiariam a Energisa, prejudicando o consumidor.

Relatório não é prova

Jair Montes (PTC), o relator da CPI, conta que todo consumidor que se sentir prejudicado pode recorrer à Justiça. Devido está comprovado que um simples relatório emitido pelo Ipem não é documento aceitável para a empresa alegar que houve fraude e aplicar multas ou cobrar valores retroativos.

O deputado Edson Martins (MDB) lembrou que é admitida uma margem de erro de 1,3% nos relógios medidores de consumo, mas questionou a devolução para a Energisa dos aparelhos que medem 40% a mais. “Nesse caso o consumidor fica dependendo da boa-fé da empresa, a partir do momento que é constatado o gato”, acrescentou.

Sobre a CPI, o deputado Jair Montes (PTC) disse que pretende apresentar o relatório final ainda este ano, entre os dias 6 a 10 de dezembro. Os trabalhos da comissão começaram a avançar e já há, segundo Jair, uma definição para convocar os presidentes da ANEEL e da Energisa.

Reportar Erro
Caramara - Nov24- voce que faz

Deixe seu Comentário

Leia Também

Arara Pipoca morreu eletrocutada porque teve asas cortadas, conclui a polícia
Geral
Arara Pipoca morreu eletrocutada porque teve asas cortadas, conclui a polícia
Foto: Divulgação/DPEMS
Geral
Defensoria promoverá mutirão de atendimentos para migrantes e refugiados em MS
Foto: Divulgação/Sul-Americana
Geral
Racing x Cruzeiro: Times decidem campeão da Copa Sul-Americana neste sábado
123Milhas
Geral
Caso 123Milhas: prazo para incluir nome na lista de credores vai até terça (26)
GGabriel Buim, Cláudio Mendonça, Eduardo Riedel e Tereza Cristinaabriel Buim, Cláudio Mendonça, Eduardo Riedel e Tereza Cristina
Geral
Retrospectiva 2024: O ano que "passou" no JD1
Bilhete da Mega-Sena
Geral
Mega-Sena sorteia prêmio acumulado em R$ 18 milhões neste sábado
Sérgio Longen homenageando o ex-presidente da República Michel Temer
Geral
A justa homenagem a Michel Temer
Ex-vice-presidente de Logística e Operações da Caixa Econômica Federal, Antônio Carlos Ferreira de Sousa,
Geral
Ex-vice-presidente da Caixa é demitido após denúncias de assédio sexual e moral
Dani Plesnik
Geral
JD1TV: Especialista explica a transformação nas relações de trabalho pós-pandemia
Foto: CBMMS
Geral
Operação Pantanal: Focos de calor foram reduzidos na Serra do Amolar

Mais Lidas

Policial da PMMS é condenado por atirar em contrabandista em fuga
Justiça
Policial da PMMS é condenado por atirar em contrabandista em fuga
Presidente eleito da OAB-MS, Bitto Pereira, ao lado de sua vice, Marta Taques
Justiça
Bitto Pereira vence eleição na OAB-MS
A frente do carro ficou destruída após a colisão
Polícia
Traficantes sofrem acidente grave ao tentar fugir da Polícia Militar em Campo Grande
Motorista morre dias depois de dormir ao volante e sofrer acidente em MS
Polícia
Motorista morre dias depois de dormir ao volante e sofrer acidente em MS