As escolas “Lenita de Sena Nachif” e a “Arnaldo Estevão de Figueiredo” (Agrícola) da Rede Municipal de Educação (Reme), foram destaque da 5ª Edição da Feira de Ciência e Tecnologia de Campo Grande, promovida pelo Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) e conquistaram o 1º lugar, em categorias diferentes, com projetos relacionados ao combate do mosquito Aedes Aegypti e na construção de um sistema de aquaponia.
Da feira, promovida em todo o Estado, participaram mais de 600 instituições escolares, entre públicas e privadas. A disputa em Campo Grande aconteceu entre 30 escolas, divididas nas categorias de Nível Fundamental e Médio, que apresentaram um total de 128 projetos.
A Rede Municipal de Campo Grande participou do evento com seis unidades de ensino. A escola “Irmã Edith Coelho Neto” levou três trabalhos e as escolas “Professora Elizabel Maria Gomes Sales”, “Domingues Gonçalves Gomes” e “Padre Tomaz Ghirardelli”, participaram com dois trabalhos, cada. Já as escolas “Lenita de Senna Nachif”, “Antônio José Paniago” e a escola agrícola “Governador Estevão de Figueiredo”, marcaram presença com um trabalho, cada.
As escolas Lenita Nachif, com o projeto “Análise da eficiência do BTI (Bacillus thuringiensis israelensis) no controle de larvas do Aedes Aegypti utilizando armadilhas de oviposição” e Arnaldo Estevão Figueiredo com o projeto “Protótipo de um Sistema de Aquaponia” receberam destaques pela avaliação do Instituto Federal.
A duas unidades juntas conseguiram classificação em cinco categorias diferentes. A “Lenita Nachif” com seu projeto ficou em primeiro lugar na categoria Ensino Fundamental e conquistou credencial para a Febrace (Feira Brasileira de Ciência e Engenharia). Também alcançou o prêmio máximo na categoria “Geral Fundamental”, além do primeiro lugar na categoria de “Premiações Especiais – Melhor apresentação oral”.
Com o projeto de Aquaponia, a Escola Agrícola “Arnaldo Estevão de Figueiredo” classificou-se em primeiro lugar na categoria Ensino Médio, na área de “Ciências Agrárias e Engenharia” e também levou na categoria de “Premiações Especiais – Melhor maquete/protótipo”.
Aquaponia
O projeto “Protótipo de um sistema de Aquaponia” foi desenvolvido pelo aluno Mateus Rodrigues de Oliveira, do Ensino Médio, e coordenado pelo professor Luiz Cleber Padilha.
O aluno construiu um sistema que integra a criação de peixes em cativeiro, uma das modalidades da aquicultura, e a produção de hortaliças com a aplicação de técnica de hidroponia.
Durante a Feira, o estudante apresentou protótipo de um sistema de aquaponia com o objetivo de fomentar o estudo e a discussão sobre a viabilidade da implantação desse sistema em propriedades de agricultura familiar, pequenas propriedades rurais ou até mesmo em quintais na área urbana.
Esse projeto possibilita ainda a utilização do protótipo como laboratório para estudo de conceitos matemáticos, físicos, químicos e biológicos envolvidos na construção, operação e manutenção do sistema.
“Foi uma coisa boa. Isso incentiva as pessoas. Muitas vezes as pessoas querem fazer, mas não tem incentivo. Foi a primeira vez que participei. Meus pais gostaram e me parabenizaram. Eu pretendo melhorar o trabalho com mais qualidade, pouco custo e patenteá-lo”, afirmou Mateus Oliveira.
Análise de BTI
Já a criação do projeto “Análise da eficiência do BTI” foi de autoria dos alunos André Gabriel de Souza da Rocha, Arthur Freire Farias Doncev e Geovana Costa Ortega, sob a orientação dos professores Vagner Cleber de Almeida e Kátia Cilene Alves e colaboração de Ana Caroline Gonçalves e Antônio Pancracio, professor doutor da UFMS.
O objetivo é analisar a eficiência de uma armadilha de oviposição com a utilização do BTI, desenvolvendo armadilhas que sejam resistentes às modificações climáticas, de forma a preservar o Bacillus durante o processo de eliminação das larvas.
Os alunos verificaram que o BTI pode ser uma alternativa eficaz no combate ao mosquito transmissor da dengue, caso o bioinseticida seja aplicado na dosagem correta. A metodologia do projeto consistiu em mostrar cinco etapas, cada uma com dois experimentos.
Os alunos desenvolveram um recipiente que fosse possível colocar o BTi de forma que ele não sofresse com alterações climáticas. A última etapa do experimento está sendo desenvolvido e consta de um funil com tela de nylon colocada em sistema encaixado dentro da armadilha onde o BTI em pó fique preso e possa ser levado para outros criadouros.
“Foi gratificante. Foi uma recompensa pelo esforço. Me senti lisonjeada por essa premiação e não esperava. A escola já trabalha há 3 anos com parceria da UFMS. Sempre desenvolvemos projetos nessa área”, comentou a professora Katia.
Para o professor Vagner, a classificação também foi uma surpresa. “Foi emocionante, não esperava. Os meninos desenvolveram um trabalho sério. O projeto até agora está sendo bem sucedido e mostrado efeito positivo no combate da proliferação dos insetos”, relata.
“Não esperava um prêmio tão alto. Foi um espanto para nós. Tinha vários projetos bons e conseguimos nos destacar”, concluiu, emocionado, o estudante André Gabriel.