O procurador do Ministério Público, Leonardo Azeredo dos Santos, falou em uma reunião oficial da Câmara de procuradores que o salario mensal de R$ 24 mil é um “miserê”, e cobrou do gabinete melhora da situação.
A reunião era para discutir o orçamento do órgão para o ano que vem e o áudio foi publicado no site do Ministério Público.
É um áudio de uma hora e quarenta minutos de reunião corrida no último dia 12 de agosto. Aos 31 minutos de reprodução, o procurador Leonardo dos Santos pede a palavra para questionar o procurador-geral de Justiça do estado, Antônio Sérgio Tonet:
“Quero saber se nós, no ano que vem, vamos continuar nessa situação ou se Vossa Excelência já planeja alguma coisa, dentro da sua criatividade, para melhorar nossa situação. Ou se vamos ficar nesse miserê. Quem é que vai querer ser promotor, se não vamos mais ter aumento, ninguém vai querer fazer concurso nenhum”, desabafou Santos.
Para Santos, o salário de R$ 24 mil é baixo, “sobretudo para quem tem filhos. Como o cara vai viver com R$ 24 mil?”, questiona. O procurador continua reclamando, sem ser interrompido pelos colegas: “Estou fazendo a minha parte. Estou deixando de gastar R$ 20 mil de cartão de crédito e estou passando a gastar R$ 8 mil, para poder viver com os meus R$ 24 mil”, discorreu.
“Agora, eu e vários outros já estamos vivendo à base de comprimidos, à base de antidepressivo. Vamos ficar desse jeito? Nós vamos virar pedintes quase ?”, protestou o procurador.
De acordo com o rendimento médio calculado pela Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD) contínua realizada no terceiro semestre de 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com um salário de R$ 24 mil, os procuradores de Minas Gerais ganham mais do que 99% dos brasileiros assalariados.
Outro lado
Em nota, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), chamou a fala de Leonardo dos Santos de “manifestação de cunho pessoal” e informou que “não há nenhum projeto em andamento sobre a adoção de benefícios pecuniários para a carreira de membros (procuradores e promotores de Justiça) ou de servidores, em vista da grave crise financeira vivenciada pelo estado e da necessidade de observação da Lei de Responsabilidade Fiscal para gastos com pessoal”.
O órgão informou ainda que “vem tomando medidas de austeridade para aumentar a eficiência administrativa e reduzir os gastos, principalmente com pessoal.
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