O pecuarista Antônio Moraes dos Santos, de 88 anos, doou R$ 10 milhões para a construção de um centro de prevenção e tratamento de câncer em Campo Grande. O projeto, segundo ele, representa a realização de um sonho e ficará pronto em 2012, com capacidade para atender a demanda da cidade.
Santos tem cinco filhos, dez netos e dois bisnetos. Já foi prefeito de Dourados, cidade a 225 quilômetros de Campo Grande, na década de 50 e deputado estadual do Mato Grosso (antes da divisão do Estado em 1977).
Essa, segundo ele, não é a primeira ação beneficente que faz. Entre outras iniciativas, revela que ajudou na construção do bairro Nova Lima, da creche Santa Fé e da ala masculina do Asilo São João Bosco.
Para realizar o sonho de ajudar na construção de um hospital para tratamento do câncer, em Campo Grande, Moraes disse pretendia desembolsar R$ 23 milhões em um outro projeto, mas que a obra não deu certo.
"A fundação do edifício, que teria oito andares, chegou a ser feita, mas nenhum dos prazos foram cumpridos, e então, cancelei a obra e a doação. Foi sorte do sul-mato-grossense eu ter cancelado o meu primeiro projeto. O que vamos fazer [agora] é muito acima disso ai. Não tem nem comparação. Fui atrás do melhor que existe no Brasil", revela.
O pecuarista diz que o hospital de câncer de Barretos, referência no país no tratamento da doença, vai cuidar do construção do centro de prevenção e tratamento da doença e que depois vai administrar a instituição.
"Nós vamos trazer cinco médicos diretamente de Barretos para trabalhar em Campo Grande. Iremos construir o hospital modelo e teremos também uma unidade móvel, que percorrerá os bairros para realizar exames. O importante não é somente tratar o câncer, e sim prevenir a doença, e descobri-la em seu estágio inicial", diz
O pecuarista revela que também vai ajudar a manter o local por pelo menos um ano. Ele calcula que a manutenção do hospital nesse período custará em torno de R$ 150 mil por mês, o que deve corresponder a uma despesa nos 12 meses de R$ 1,8 milhão.
Ajuda aos menos favorecidos
"Em toda minha vida, eu sempre procurei ajudar os menos favorecidos. Nós vamos salvar muitas vidas, e o principal, é que serão vidas de quem não teria condições de pagar pelo tratamento. Vai ser tudo de graça. Tudo pelo SUS", afirma.
As obras, segundo ele, devem terminar em um ano. O pecuarista planeja executar um projeto semelhante em Dourados. "Não está nada certo, mas é minha pretensão, meu objetivo e minha vontade".
"Outro dia, falaram que sou o homem mais rico de Mato Grosso do Sul. A minha maior riqueza é poder ajudar os outros, isso não tem dinheiro que pague. Eu sei trabalhar, sei ganhar dinheiro e não vou parar. Ainda pretendo fazer muito mais por Mato Grosso do Sul", conclui.
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