O ministro da Justiça, Torquato Jardim, chegou a uma conclusão aterradora quanto ao setor de segurança pública no Rio de Janeiro. Declarou que o governador fluminense, Luiz Fernando Pezão, e o secretário de Segurança do Estado, Roberto Sá, não controlam a Polícia Militar. As informações são do Blog do Josias.
Para o ministro, o comando da PM no Rio acontece a partir de um “acerto com deputado estadual e o crime organizado.” Mais ainda que os “Comandantes de batalhão são sócios do crime organizado no Rio.” Torquato se diz convencido de que o assassinato do tenente-coronel Luiz Gustavo Teixeira, que comandava o 3º Batalhão da PM carioca, no bairro do Méier, não foi resultado de um assalto. “Esse coronel que foi executado ninguém me convence que não foi acerto de contas.”
Segundo o Blog do Josias o ministro conta que conversou sobre o assunto com o governador e o secretário de Segurança do Rio. Encontrou-os na última sexta-feira (27), em Rio Branco (AC), numa reunião com governadores de vários Estados. “Eu cobrei do Roberto Sá e do Pezão”, relata Torquato. Mas ambos reiteraram que se tratou de um assalto. E o ministro: “Ninguém assalta dando dezenas de tiros em cima de um coronel à paisana [em verdade, o oficial da PM estava fardado], num carro descaracterizado. O motorista era um sargento da confiança dele”.
Na avaliação do ministro da Justiça, está ocorrendo uma mudança no perfil do comando da criminalidade no Rio. “O que está acontecendo hoje é que a milícia está tomando conta do narcotráfico.” Por quê? Os principais chefões do tráfico estão trancafiados em presídios federais. E o crime organizado “deixou de ser vertical. Passou a ser uma operação horizontal, muito mais difícil de controlar”.
Ao esmiuçar seu raciocínio, Torquato declarou que a horizontalização do crime fez crescer o poder de capitães e tenentes da política. “Aí é onde os comandantes de batalhão passam a ter influência. Não tem um chefão para controlar. Cada um vai ficar dono do seu pedaço. Hoje, os comandantes de batalhão são sócios do crime organizado no Rio”.
Para Torquato o socorro do governo federal ao Rio, envolvendo as Forças Armadas, a Força Nacional de Segurança, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária, vai atenuar os problemas. Mas “a virada da curva ficará para 2019, com outro presidente e outro governador. Com o atual governo do Rio não será possível”, concluiu.
O ministro relata: “Nós já tivemos conversas, ora eu sozinho, ora com o Raul Jungmann (ministro da Defesa) e o Sérgio Etchegoyen (chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência), conversas duríssimas com o secretário de Segurança do Estado e com governador. Não tem comando”.
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