No comparativo com o ano anterior o Estado registrou uma queda na quantidade de feminicídios em 21%. Foram 27 casos em 2017, contra 34 no ano anterior. Números que, no entanto, não vão fazer as polícias se acomodarem, segundo a governadora em exercício, Rose Modesto.
“Acho esses números positivos e que a gente deve comemorar, mas jamais se acomodar. Você saber que tem uma ou outra mulher, infelizmente, que perdeu a vida pelo fato de ser mulher, isso nunca vai nos deixar em paz”, afirmou. Os dados são da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
Outro resultado importante em relação ao feminicídio está na resolução de quase todos os casos. Dos 27 registrados em 2017, apenas um ainda não foi solucionado. Trata-se de um crime que aconteceu no final do ano e ainda está sendo investigado.
No combate à violência, Rose destacou a importância do trabalho das forças de segurança com programas sociais como o Florestinha, desenvolvido pela Polícia Militar Ambiental, e o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), da Polícia Militar, além da atuação da Subsecretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, que atua de forma integrada com todas as secretarias e com diversos parceiros.
“Temos que divulgar a cultura da paz. Queremos um dia dizer que nenhuma mulher morreu em Mato Grosso do Sul por seu companheiro”, disse Rose Modesto. “Não temos nada mais valioso do que a vida das pessoas”.
A subsecretária de Políticas Públicas para as Mulheres, Luciana Azambuja, também acredita que o momento é de manter as ações de prevenção, educação e qualificação. “Continuamos preocupados e atuando para interiorizar as políticas de não violência. Todas as mulheres podem ser vítimas independentemente de idade, nível social, raça ou religião”, afirmou.
Em 2017, as ações, programas e projetos da Subsecretaria alcançaram 375 mil pessoas. A Campanha Agosto Lilás, por exemplo, chegou a 57 municípios e a mais de 60 mil alunos das escolas públicas, que receberam palestras sobre a Lei Maria da Penha. “O resultado foi muito positivo e outros estados aderiram à campanha”, contou Luciana.
Outra iniciativa de destaque é o Procedimento Operacional Padrão, POP Feminicídio, um manual com instruções do primeiro atendimento. O procedimento foi elaborado pela Subsecretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Coordenadoria Geral de Perícias, reafirmando o compromisso do Governo com as ações de enfrentamento à violência contra as mulheres. “Em Mato Grosso do Sul a Polícia Civil está preparada para fazer a investigação de feminicídio, despida de preconceito”, disse a subsecretária.