A cada dia, a cada feriado prolongado, os dados que envolvem vítimas de acidente de trânsito se renovam. Vidas são interrompidas e tiradas pela imprudência e negligencia, levando sofrimento a cada família que perde um ente querido ou aquela família que tem que mudar seu dia a dia após o acidente, para se dedicar à recuperação do familiar.
As punições, consideradas brandas por quem tem de carregar o trauma, e as campanhas contribuem para diminuir as tragédias. Mas infelizmente, o que é capaz de reduzir os números é única e exclusivamente a mudança de comportamento dos motoristas, motociclistas, pedestres, ciclistas, ou seja, de todos os envolvidos no trânsito.
Vítimas
Em 2015 a técnica de enfermagem Jaqueline da Silva Tesalikis, teve sua rotina de vida alterada por um acidente de trânsito, ocorrido as 21h40 na Av. Vereador Thyrson de Almeida, em Campo Grande. Pode parecer apenas mais um caso, dentre tantos já divulgados pela imprensa, mas o fato é que Jaqueline é servidora do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), sua vida profissional foi marcada pelo resgate de feridos em acidentes de trânsito.
O acidente ocorreu em uma via com quatro pistas de sentido único, causado por um motociclista que pilotava pela contramão, o qual atingiu de frente a moto de Jaqueline. Como consequência ela teve a amputação da perna direita um palmo acima do joelho, lesões definitivas na mão, múltiplas fraturas e travou uma luta para sobreviver.
“Após o acidente eu tracei metas para a minha vida, eu tenho os meus sonhos eu só desisto quando eu encontro a falha e então percebo que não consigo. Minha primeira batalha após o acidente foi pela sobrevivência, cheguei no hospital com 40% de chance de ficar viva, eu acompanhei todo o meu resgate, estava lucida, e eu falo que a última vez que eu tripulei uma viatura e que eu regulei um acidente, não vai ser a do meu ”, conclui Jaqueline.
O trânsito, um espaço igualitário, às vezes torna-se um perigo, como se um carro se transformasse em uma arma. Por isso, algumas pessoas tratam os acidentes de trânsito como tentativa de homicídio. E é assim que Jaqueline encara o seu acidente. “Pra mim não foi um acidente e sim uma tentativa de homicídio. Na vida a gente faz escolhas e escolhas são consequências. E eu não tenho que perdoar nada, porque perdoamos erros e não escolhas. O criminoso fez a escolha dele, eu acredito que ele tem que ter as consequências pelo crime”, afirma.
Maio Amarelo
Buscando a redução dessas histórias, no mês de maio é realizado o Movimento Maio Amarelo, que tem como objetivo chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo.
Segundo o diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito Gerson Claro, o movimento é uma grande mobilização. “O Maio Amarelo repete-se no Brasil e no mundo em defesa da segurança no trânsito e da proteção das vidas nas estradas, é um movimento planejado que envolve os mais diversos segmentos da sociedade”, ressalta Gerson Claro.
Tema
Com o tema “#Minha Escolha Faz a Diferença”, a edição 2017 do Maio Amarelo tem como objetivo alinhar uma ação coordenada entre o Poder Público e a sociedade civil.
Neste ano, o movimento conta com mais de 100 apoiadores, envolvendo os mais diversos segmentos da sociedade, como por exemplo: órgãos governamentais, empresas, entidades de classe, associações, federações e a sociedade em geral.
Em Mato Grosso do Sul o número de acidentes de trânsito vem diminuindo. Em 2013 contabilizados 31.973 acidentes, já em 2016 foram registrados 24.698 acidentes. Essa redução deu-se devido às campanhas educativas e o comprometimento do motorista em rever seus hábitos no trânsito.
“Apesar dos números mostrarem a redução, acreditamos que nenhum acidente é admissível, nós queremos apresentar dados zero. Esse é o nosso trabalho frente ao Detran”, ressalta Gerson Claro, diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MS).
Atividades
O Detran-MS durante todo o mês de maio, irá desenvolver atividades educativas em todas as cidades do Estado, com o intuito de atingir todos os atores envolvidos com o trânsito, para que adotem um comportamento mais seguro e responsável, visando um trânsito mais gentil e a preservação da vida.
No dia 11 de maio é realizado o dia “D”, data principal do Movimento e que marca também o início da Década de Ação Pela Segurança no Trânsito 2011/2020, pacto mundial proposto pela ONU e firmado por mais de 170 países (Incluindo o Brasil) que ocorreu em 11 de maio de 2011.
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