Em busca de solucionar a falta de mão de obra qualificada, o presidente da Fiems, Sérgio Longen, apresentou o programa “Ascende Brasil”, durante o 14º Encontro Nacional da Indústria, realizado em Brasília (DF). A medida tem o objetivo de qualificar pessoas em situação de vulnerabilidade social, especialmente aquelas dependentes de benefícios governamentais, e integrá-las ao mercado formal de trabalho.
Sérgio Longen apontou estudos que revelam a dificuldade das indústrias em contratar profissionais e as consequências negativas do 'apagão da mão de obra'. "Esperamos conquistar junto ao Ministério do Trabalho a garantia de que o trabalhador que recebe benefícios sociais não irá perder o auxílio se tiver emprego com carteira assinada. São ações que nós procuramos construir com o ministro, e esperamos que o ministério divulgue e esclareça o trabalhador sobre seus direitos", disse o presidente da Fiems.
A primeira etapa do programa tem duração de três meses e consiste na formação profissional por meio do Senai e o Voucher Conecta, em que a pessoa receberá R$ 150 do Senai e R$ 300 do Governo do Estado.
A segunda etapa, também com duração de três meses, é a de busca pelo emprego. Nessa fase, o beneficiário recebe R$ 100 do Senai e R$ 250 do Governo. Já na terceira fase, o beneficiário já está empregado, mas ainda tem o auxílio de R$ 100 do Senai e R$ 200 do Governo. Caso não haja efetivação no emprego, ele retorna ao programa em um novo curso.
Ao introduzir o debate, Sérgio Longen explicou que o termo “apagão de mão de obra” pode ser considerado um problema bom. “A economia, da forma que está crescendo, faz com que o Brasil tenha essa condição favorável de contratação de novos trabalhadores. Mas não quer dizer que não seja um problema. Muitos empresários têm encontrado dificuldades na manutenção e expansão dos negócios na condição atual da mão de obra", explicou.
Para o representante do Sesi, Fausto Augusto, há divergência entre a necessidade de mão de obra e pessoas para trabalhar e lembrou ainda que grande parte da sociedade é composta por mulheres que, além de trabalhar fora, são responsáveis pelos cuidados da casa, filhos ou idosos. “É sobre elas que também recaem os cuidados da família, por isso nós temos que elaborar uma política nacional de cuidados, por meio da criação de mais creches e escolas para educação infantil e debater cuidados com as pessoas idosas”.
O ministro do Trabalho e Emprego aproveitou a ocasião para lembrar a importância dos programas para jovens aprendizes nas empresas. “Estamos discutindo a qualidade do trabalho dos profissionais brasileiros e é sempre importante falarmos que as empresas precisam criar programas de jovem aprendiz de acordo com as próprias necessidades, para treiná-los e efetivá-los. Sem ser apenas para cumprir percentuais trabalhistas”, reforçou Marinho.