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Iraque anuncia final da guerra contra Estado Islâmico em seu território

O Exército do Iraque deu por finalizada a guerra que fez o país sangrar durante três anos e meio

10 dezembro 2017 - 15h21Agência Brasil

O primeiro-ministro iraquiano, Haider al Abadi, anunciou hoje (9) que o Exército do Iraque deu por finalizada a guerra que fez o país sangrar durante três anos e meio, ao confirmar a retomada do controle dos últimos redutos que o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) mantinha no país. A informação é da agência EFE.

"As nossas forças conseguiram o controle total das fronteiras com a Síria", afirmou Abdadi em um pronunciamento aos meios de comunicação em Bagdá.

O primeiro-ministro acrescentou que "a vitória foi conquistada graças à unidade de todos os iraquianos na luta contra um inimigo que não pensava que veríamos neste dia".

"As forças iraquianas libertaram todo o território iraquiano dos terroristas e controla todas as fronteiras e suas passagens. Os últimos terroristas no Iraque foram eliminados hoje", declarou o Ministério da Defesa em um comunicado.

O subcomandante das forças iraquianas conjuntas, Abdelamir Yarala, confirmou o final da guerra contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) após a recuperação dos últimos territórios que os jihadistas controlavam junto à fronteira com a Síria, nas províncias de Ninawa e Al Anbar.

"Foi consumada a libertação de todos os territórios do Iraque dos grupos do Daesh (acrônimo em árabe do EI) e nossas forças controlam as fronteiras entre o Iraque e a Síria desde a passagem fronteiriça de Al Walid até a de Rabia", detalhou Yarala em nota.

A coalizão internacional contra o EI, liderada pelos Estados Unidos, felicitou em um comunicado "o povo do Iraque pela sua vitória contra o Daesh" e destacou que continuarão lhe prestando apoio "enquanto estabelecem as condições para um futuro seguro e próspero".

O enviado especial dos Estados Unidos para a coalizão internacional, Brett McGurk, reforçou que continuará o apoio às forças de segurança iraquianas, à sua economia e à sua estabilização "para assegurar que o EI nunca poderá voltar a ameaçar o povo iraquiano ou usar seu território como refúgio".

"Destacamos a histórica vitória de hoje conscientes do trabalho que ainda é preciso fazer", concluiu McGurt em sua conta no Twitter.

Retomada dos territórios

Embora no último dia 10 de julho, com a libertação total de Mossul, a principal cidade ocupada pelos jihadistas, as autoridades tenham decretado a derrota do Estado Islâmico, a luta continuou até o anúncio de hoje.

Após a inflamada batalha de Mossul, que tinha começado em 17 de outubro de 2016, os demais territórios que o EI controlava no país foram caindo pouco a pouco.

Em agosto foi a vez de Tel Afar, no oeste da província de Ninawa, da qual Mossul é capital. Depois de Tel Afar, uma das fortificações insurgentes e situada perto da Síria, se seguiu em outubro a comarca de Al Hauiya, na província de Kirkuk.

Após a retomada dessa área, em 5 de outubro, as forças iraquianas centraram seus esforços no deserto fronteiriço com a Síria, onde na outra parte da fronteira os jihadistas estavam sendo acossados pelas forças leais ao presidente Bashar al Assad e por milícias curdas.

Nesta última operação das forças iraquianas, foi recuperado o controle de 183 quilômetros de fronteira, desde o município de Al Romena, reconquistado em 11 de novembro, até a cidade de Tel Safuk, perto da fronteira com a Síria, e recuperada em 8 de junho.

Estes três anos e meio de conflito deixaram seis milhões de deslocados, dos quais três milhões e meio buscaram refúgio em acampamentos e o demais encontraram alojamento em casas alugadas, de familiares ou conhecidos.

Segundo os últimos dados de setembro do Escritório da ONU para os Refugiados (OCHA), ainda restam 3,2 milhões de deslocados internos e 11 milhões de pessoas que precisam de ajuda humanitária, apesar de que, em muitas áreas, a população começou a retornar aos seus lares.

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