A última quinta-feira (17) não será esquecida pela família Reichardt de Ponta Porã, que viveu momentos de apreensão e terror com o sequestro de Pedro Urbieta de Souza, de 12 anos, filho do empresário Alexandre Reichardt de Souza. O sequestro que começou por volta de 7h chegou ao fim 16 horas depois.
Durante todo o dia a família recebeu seis ligações dos sequestradores. O primeiro contato foi feito por volta de 8h, quando os sequestradores pediram o resgate no valor de R$ 1 milhão. Nas duas primeiras ligações dos sequestradores, ainda na manhã, a família conseguiu conversar com o menino.
Sem mais contato com Pedro, no período da tarde as negociações começaram. A família Reichardt ofereceu resgate no valor de R$ 100 mil, afirmando que teria R$ 80 mil e estavam juntando mais R$ 20 mil. Às 17h, prazo dado pelos sequestradores para o pagamento do resgate, a família passou mais momentos de terror. Segundo informações durante a negociação, os sequestradores bateram o telefone afirmando que o menino iria morrer.
Em um último contato, e desesperada com as ameaças feitas pelos sequestradores, a família do menino ofereceu o resgate no valor de R$ 300 mil. O pagamento foi realizado sem a presença da polícia na região oposta ao local onde o menino foi mantido preso.
O menino relatou a polícia que eram três sequestradores e eles se comunicavam apenas em guarani. De acordo informações, cinco pessoas participaram do sequestro, pois, segundo relato de Pedro quando foi oferecido o valor de R$ 100 mil os sequestradores afirmaram que cada um ficaria com R$ 20 mil.
O envolvimento da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) foi descartada. Segundo informações o crime foi cometido por amadores. Não havia um cativeiro e um dos sequestradores usou o telefone pessoal para entrar em contato com a família.
As investigações continuam com a atuação dos chefes setor de inteligência paraguaio e do departamento Antissequestro do Paraguai, que estão em Pedro Juan e contam com equipamento de alta tecnologia.
De família tradicional, Pedro, é sobrinho do ex-prefeito de Ponta Porã, Bruno Reichardt, e do ex-ministro do Paraguai Paulo Reichardt. A família recebeu apoio popular e de autoridades. Segundo informações, o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, ligou para a família.