A Prefeitura de Campo Grande afirmou em coletiva à imprensa realizada na tarde desta segunda-feira (25), que irá decretar situação de emergência após registrar quase seis mil notificações de dengue somente nos dois primeiros meses do ano. O prefeito Marquinhos Trad, relatou que a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, publicou que quase 86% dos municípios estão em estado de alerta com a questão da dengue e disse ainda que com 294 casos da doença a cada 100 mil habitantes, Campo Grande corre risco iminente de uma epidemia.
Com duas mortes possivelmente causadas pela doença, uma em janeiro de um idoso e a outra de uma criança de cinco anos nesta segunda-feira (25), a gestão pública entrou em contato com o Ministério da Saúde para que a portaria de emergência seja validada o mais rápido possível.
O prefeito afirmou que MS está em um quadro de evolução de notificações da dengue, onde Três Lagoas, Figueirão, Sidrolândia, Água Clara, Selviria, Aparecida do Taboado, Rochego, Vicentina, Camapuã e Corguinho já decretaram estado de alerta e a capital tende a ultrapassar os 300 casos nos próximos dias.
A prefeitura está com um entrave na Justiça, e até o momento não conseguiu a liberação para que os agentes de saúde possam entrar em residências que estão abandonadas e fechadas, pois de acordo com a administração, “esses locais são responsáveis por 90% dos focos do mosquito”, relatou.
O mosquito tem uma abrangência de voo de 15 a 25 metros e as fêmeas que fazem a transmissão da doença têm o habito de aparecerem no início da manhã e no final do dia, “esse é o horário de maior incidência de casos”, diz o vereador Fritz.
A última epidemia registrada em Campo Grande foi em 2016, quando somente em janeiro e fevereiro houve 19.300 casos da doença. Naquele ano, foram contabilizados 32.964 casos.
O vírus que está em circulação é do tipo 2 e já provocou vários casos de dengue hemorrágica nos anos de 2009 e 2010. Esse tipo de vírus apresenta um evolução mais rápida, em crianças menores de 10 anos e idosos o quadro de piora chega a ser até de três dias. Marquinhos exige que as pessoas procurem atendimento médico assim que surgirem os primeiros sintomas.
Marquinhos declarou “queremos agilizar o atendimento para a população porque já estamos prevendo um aumento de demanda muito grande”. O decreto terá validade de 180 dias podendo ser prorrogado e é feito para facilitar a compra de insumos e contratação de mais médicos sem burocracia, ressaltou o prefeito.
Uma força-tarefa foi montada pela administração municipal para garantir o atendimento para a população. Uma equipe formada por 27 médicos está à disposição para percorrer as unidades de atendimento onde houver a maior quantidade de pacientes com sintomas da doença.
Os laboratórios onde são feitos os exames para confirmar a dengue também foram reforçados com um efetivo maior de profissionais, informou a prefeitura. Os veículos responsáveis pelo fumacê nos bairros passaram de quatro para nove veículos. Na capital, são 14 regiões que estão apresentando um alto índice de casos da doença, estão com uma atenção especial da prefeitura.
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