Com o aumento do número de golpes do “falso frete” em Campo Grande, um caminhoneiro, de 34 anos, que foi contratado para fazer o frete de uma carga de milho até Nova Alvorada do Sul, acionou a polícia na noite desta quinta-feira (6). O caminhoneiro desconfiou do local combinado para frete, que seria em um posto de combustível na BR-060.
No local do encontro, os policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar abordaram o caminhão da vítima, que estava acompanhada por dois homens. Durante a abordagem, os policiais flagraram o momento em que Jhonys Aguero Harthmann, de 27 anos, tentou esconder, dentro do caminhão, um revólver calibre 22. A polícia também identificou que Kewyn Renan Costa Lopes de Souza, de 18 anos, estava com uma faca de açougueiro dentro da cabine do caminhão.
Os dois assaltantes confessaram que iriam roubar o caminhoneiro. Eles explicaram que renderiam a vítima, a levariam para um cativeiro e o caminhão seria levado para o Paraguai. No cativeiro, na BR-060, os assaltantes receberam mensagens com orientações do que deveriam fazer. As mensagens ainda orientavam que dois homens identificados como Jader e Paulo Sérgio iriam até o local para buscar “atravessar” o caminhão até o Paraguai.
Quando os “motoristas” chegaram ao cativeiro foram abordados por policiais do Batalhão de Choque. Paulo Sérgio da Silva, de 28 anos, fugiu em direção a plantação de milho atirando contra a polícia. Na troca de tiros, Paulo foi atingido. O assaltante foi socorrido pela polícia, mas não resistiu e morreu no hospital regional de Campo Grande.
De acordo com a polícia, Jhonys Arguero Harthmann, Kewyn Renan Costa Lopes de Souza e Jader Luiz Paulino Dourado foram presos.
Quatro casos
Nos últimos 20 dias, foram registrados quatro casos de “falso frete” em Campo Grande. Na semana passada, 28 de julho, outro caminhoneiro foi vítima do golpe do “falso frete” em Campo Grande. José Aparecido dos Santos, de 50 anos, morreu na última segunda-feira (3) depois complicações na saúde por ter pulado do caminhão em movimento para fugir dos assaltantes.
A Polícia Militar alerta para evitar o golpe do “falso frete”, os caminhoneiros devem sempre confirmar as informações dos contratos. “Quando receber um pedido de frete, os caminhoneiros devem verificar se a empresa existe. Normalmente os assaltantes usam celulares para dar o golpe, por isso orientamos confirmar o pedido ligando no telefone comercial da empresa”, orienta.
O local do pedido também deve ser verificado. “No último caso, o caminhoneiro desconfiou do golpe por causa do local de encontro, que foi um posto de combustível na BR. Em casos de fazenda, orientamos e verificar informações sobre o local com companheiros de profissão, se conhecem, se já foram na região”, detalha a polícia.
A polícia ainda orienta os caminhoneiros a prestarem atenção na carga do pedido. “Deve ser verificado se a carga é compatível com a localidade do pedido. Por exemplo, tem região que é comum a exportação de madeira, mas o pedido é de outra carga”, explica.
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